O evento que pretende inaugurar uma nova era na produção literária da região que abarca o nordeste goiano e o sudeste tocantinense ocorrerá na próxima semana.
Com o seu lançamento oficial agendado para dia 22 de agosto, às 19h, na sede do Câmpus da UEG, em Campos Belos, o livro, “Mosaico: Vozes do Ser-Tão poético”, já está causando alvoroço na cidade. Isso porque a expectativa do público e dos idealizadores é que este trabalho possa colocar Campos Belos no circuito das grandes produções literárias a partir da motivação que “Mosaico” inspira em seus leitores.
A brotou da inspiração de 24 poetas da UEG de Campos Belos. Mas ela é o fato concreto de um ato institucional, de um projeto da Direção do Campus em que a ideia central é estimular professores, alunos, servidores e a comunidade para a produção literária e científica a partir do terreno da Universidade.
Para Adelino Machado, Diretor da UEG, “a presença e atuação desta Instituição de Ensino Superior, tem causado mudanças de significativa relevância à ciência e à cultura na região. Com ela, nas últimas duas décadas boa parte do terreno da Chapada do Veadeiros, tem sido adubada pela ação docente com vistas a produzir frutos que venham alimentar a alma do povo lhe fortalecendo contra a seca árida e a falta de água nos canais vitais do nosso tempo”, afirma na Apresentação da obra.
O projeto do livro foi aprovado em reunião do Conselho Acadêmico do Câmpus (CaC) e homologado por meio da Resolução nº 499, de 29 de junho de 2018, que trata da “Chamada interna para publicação de coletânea de poesia da UEG - Campos Belos”, organizada por um edital em que candidatos vinculados à instituição poderiam concorrer com suas poesias a partir de uma banca que selecionaria os trabalhos vencedores para comporem a obra literária. O trabalho foi custeado pelos próprios autores e a editora contratada foi a Oikos, do Rio Grande do Sul.
Laina Matos, estudante de Letras da UEG e representante dos alunos como presidente do Diretório Acadêmico, afirma que a obra é também um instrumento de resistência. Para a autora, a arte não é passiva e deve funcionar como fonte de reflexão na sociedade. “Vivemos um momento conturbado. Nossa UEG está ameaçada de não mais existir na região. Superamos esse risco de fechamento quando 15 campi iriam para a degola no CsU [Conselho Universitário]. Porém, o fantasma dos cortes orçamentários e o corte dos servidores tem causado temor nos alunos de não poderem se formar, e mesmo seus parentes não terem mais uma UEG para estudar”, desabafa.
Segundo testemunho dos autores, publicar o livro não foi uma tarefa fácil. Além de terem de “levantar a grana” para pagar a impressão, foram noites de sono perdida e muita emoção para que os poemas saíssem ao rigor estético que desejavam. E entre os fatos curiosos para que “Mosaico” viesse ser mostrado ao mundo, vale citar o caso de Carlos Leite, estudante da UEG, um rapaz que cata latinhas para ajudar no sustento de sua família, e que cativou o carinho da sociedade ao bater de porta em porta, comércio em comércio oferecendo uma rifa que foi confeccionada para que ele conseguisse o valor de sua cota no livro. Carlos, “na luta pelo seu sonho”, como afirmava, tocou tantos corações que em menos de duas semanas já havia arrecadado todo o dinheiro e ainda divulgado a cultura e os projetos literários da UEG por toda a cidade de Campos Belos.
Além da catação de material reciclável, o jovem Carlos custeia os seus estudos com o suporte das bolsas estudantis que a UEG lhe concede em cada período letivo, o que demonstra a importância desta importante política de apoio ao estudante e sua potencialidade criativa.
Os autores de “Mosaico: Vozes do Ser-Tão poético” esperam um grande público para prestigiar esse trabalho histórico. “Convidamos toda a nossa população, especialmente aqueles que apreciam a boa literatura, além de autoridades e atores estratégicos que estimulam nosso trabalho na UEG para essa linda festa de lançamento”, acrescenta o diretor do Câmpus.
Segue o Convite Oficial: