Universidade promove Roda de Conversa para marcar início de suas atividades presenciais paralisadas em março de 2019 por conta da pandemia da COVID-19
Certamente o dia 11 de abril de 2022 entrará para a história da UEG Campos Belos. Não é exatamente por realizar um megaevento acadêmico. Aliás, rodas de conversas costumam ser rotinas no exercício normal e diário da Instituição. O que existe de diferente nessa Roda de Conversa é o fato de ocorrer no retorno às aulas presenciais após 2 anos 1 um mês de distanciamento social e outras medidas mais rigorosas de enfrentamento da pandemia da COVID-19 que obrigaram às pessoas a ficarem, na maior parte do tempo, isoladas do convívio humano tão necessário às experiências em sociedade.
Por óbvio, também a relação tradicional e necessária entre alunos, professores e técnicos, na micro-sociedade das demandas acadêmicos, especificamente, docentes e discentes na construção dialógica do saber e mesmo do aluno com outros alunos, nas confraternizações que se dão naturalmente no espaço da universidade foi impedida bruscamente pela força de uma pandemia tão avassaladora como a do novo coronavírus.
Perdemos parentes e amigos queridos. Muita dor e sofrimento para os familiares de quase 670 mil pessoas que morreram em consequência da pandemia. Além disso, vimos a fome e o desemprego crescerem absurdamente no País. Não obstante, outras tantas consequências que se desdobraram, de um lado por conta da COVID-19, de outro, por omissão ou ação negligente de alguns governos, e entre as quais, a demora em iniciar o processo de vacinação tão fundamental para o retorno das atividades econômicas e mesmo da vida social, à exemplo, de um retorno menos tardio das aulas nesta instituição.
Por falar em vacinação, mesmo com enorme atraso, somente é possível este encontro inaugural entre alunos e sua casa comum do saber: a universidade, porque foram vacinados. Docentes, discentes e técnicos-administrativos retornam às suas atividades após confirmar ao menos a segunda dose da vacina. Agora é hora de se falar das saudades, alegrias e tristezas durante o distanciamento obrigatório e mesmo da experiência de ter que estudar a partir de um sistema completamente diferente do contato presencial e da troca de olhares físicos entre quem ensina-aprende-ensina: o chamando ensino remoto, em que os sujeitos da educação ficam separados em localidades distantes e unidos por uma tela de computador ou celular.
UEG sob nova direção
A Roda de Conversa começa com a apresentação da nova equipe gestora. Tendo tomado posse em 19 de janeiro de 2022, o professor Luiz Marles Gonçalves dos Santos, que comandará a UEG Campos Belos pelos próximos quatro anos, iniciou saudando os estudantes, manifestando a enorme alegria e a saudade que estavam todos da equipe em relação aos alunos e mesmo das dinâmicas que são próprias de uma universidade.
Além das boas-vindas, Marles apresentou parte do plano de atividades que serão realizadas neste retorno às aulas, trouxe os principais avisos e orientações da Administração Central da UEG, e convocou todos a lutarem pela instituição que, em Campos Belos, ainda sofre risco de fechamento a partir da descontinuidade dos cursos que não têm ofertas de novas vagas desde 2019.
“Estamos lutando muito para retornar alguns cursos e criar novos. Por hora, o que conseguimos é o possível retorno do curso de Pedagogia que tem a maior quantidade de professores efetivos. Contudo, não iremos desistir de lutar para que a UEG de Campos Belos continue a ser uma referência de ensino de qualidade e de formação de profissionais na região”, informa o coordenador da UEG.
Também membra da equipe, Luciana Nogueira, que neste ciclo acadêmico será a Assessora Pedagógica, cargo que promove a ponte entre todos os cursos e as demandas, ora acadêmicas, ora de gestão administrativa, além de outras, fez o chamamento a todas as professoras e alunos presentes para que se manifestassem sobre suas experiências longe do espaço físico da UEG. Luciana compartilhou ela mesma a sua experiência. “Dormi após uma aula em sala física e acordei numa sala de aula que nunca vi. Confesso que jamais imaginei tendo que dar aula por um computador. Foi muito difícil minha adaptação. Precisava inovar na didática, nas técnicas, pois sabia que, do outro lado, já não eram mais os ‘mesmos alunos e alunas’. As pessoas estavam assistindo aula do trabalho, ou cuidando das crianças, ou mesmo fazendo comida. Pensar processos criativos era a única forma de atrair a atenção dos alunos e não deixar cair a qualidade do ensino”, comenta.
Luciana, para motivar as alunas e alunos, contou ainda sua história de vida pessoal, os desafios que enfrentou para estudar e quanto conquistou após toda a dedicação. “A UEG mudou a minha vida. Ela me transformou profissionalmente. Eu passei de aluna da UEG à professora efetiva. E sei que, assim como fez a evolução na minha história, a UEG precisa continuar existindo no nordeste goiano e transformando a vida das outras pessoas”, destaca.
Adelino Machado, coordenador do curso de Pedagogia, ao se apresentar na nova função após passar a gestão ao seu sucessor, afirma que “o grande desafio é construir o futuro, num presente em que tem gente jogando pedra na educação, jogando pedra na cultura, jogando pedra na ciência". Para Adelino, “precisamos resgatar a universidade para voltarmos a sonhar juntos”, declara o gestor.
Dentre as participações dos estudantes na Roda de Conversa, o aluno Ricardo Pacheco, destacou sua experiência e elogiou os professores por seus esforços. “Durante o período fora da universidade devido a pandemia, percebi que o problema não era a falta de tempo para estudar, e sim, a má gestão desse tempo, pois estávamos acostumados a seguir uma rotina e quando menos esperávamos ela mudou drasticamente”, desabafa o estudante. “Outro aspecto que eu particularmente pude aprender durante as aulas remotas, foi ter mais empatia, me colocar no lugar do professor e sentir o quanto era solitário dar a aula em frente a uma tela, onde muitas das vezes os alunos não mostravam os seus rostos. Procurei sempre ligava a minha câmera para que ao menos amenizasse um pouco essa situação”, completa.
Roda de conversa, que teve como tema: "O ensino remoto e a pandemia: lições para a vida acadêmica", seguiu até às 21h e trouxe uma atmosfera de expectativa e entusiasmo dos participantes que de fato a UEG novamente estava de portas abertas, não apenas para a construção do conhecimento – que jamais parou de ser produzido – todavia, como espaço de convivência e troca de abraços entre as pessoas, sendo resumida na fala do coordenador da UEG Campos Belos, neste sentido: “Bem-vindas e bem-vindos todos vocês ao novo normal e aos novos tempos de esperança nesta casa do saber que é de vocês”, resumiu Marles.
UEG: 23 anos de história de uma Universidade que transforma vidas
Tendo como princípio básico a interiorização do ensino superior no Estado de Goiás, em 1999, por força da Lei nº 13.456, de 16 de abril daquele ano, a UNIANA (sediada em Anápolis) foi transformada em Universidade Estadual de Goiás, esta potência mais conhecida como UEG.
Aos moldes de instituições como Universidade da Califórnia, nos EUA, ou pensando um modelo brasileiro, a Universidade do Estado de São Paulo (UNESP), a UEG possui sua característica multicampi, isto é, espalhada por todas as microrregiões de Goiás, levando a educação superior aos lugares antes inimagináveis a este nível de ensino.
Com todos os desafios, dificuldades e avanços de qualquer instituição, a UEG vem graduando e pós-graduando milhares de pessoas, oferecendo ao Goiás e ao Brasil profissionais dos mais bem capacitados ao mercado de trabalho, seja para o exercício da docência em todos os municípios do estado, seja nas engenharias, enfermagem, farmácia e tantas outras profissões.
Na região nordeste, especificamente, no eixo da Chapada dos Veadeiros, território dos kalunga, a UEG já ofereceu ao longo destes 23 anos de existência, mais de 2 mil diplomas de graduação, o que fez a região, que antes era conhecida nacionalmente como “corredor da miséria”, gerar maior qualidade de vida e formação a esta população, além de fomentar o desenvolvimento local. Isto é, sem a UEG este mal fadado apelido teria continuado nas décadas seguintes, relegando seu povo a um alheamento intelectual e cultural.
"Quando cheguei à Universidade, eu imaginava que a UEG não seria pra mim pelo fato de ter crescido num bairro muito carente e a maioria dos meus amigos e colegas nunca terminavam o Ensino Médio, alguns nem o Ensino Fundamental, por conta da pobreza e da discriminação, entre outras coisas que vivíamos na comunidade. A Universidade foi um divisor de águas para mim porque tive minha mente totalmente aberta para o novo e na UEG pude ver que eu poderia mudar não somente minha vida, mas a de muitas outras pessoas da minha comunidade por meio do conhecimento", afirma a egressa da UEG, Samantha Jesus dos Santos.
Assim como Samantha, milhares de pessoas, em Goiás e especificamente no nordeste goiano, viram suas vidas se transformar após o acesso à educação superior pública e de qualidade como a que oferece a Universidade Estadual de Goiás.
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Equipe de Comunicação da UEG UnU Campos Belos