As atividades aquáticas trazem muitos benefícios aos seus praticantes. Além da habilidade de nadar em águas abertas ou piscinas, a natação desenvolve habilidades motoras, respiração, fortalece os músculos, melhora a flexibilidade, ajuda a queimar calorias e combater o stress, entre outras vantagens.
Diversas escolas de natação, centros aquáticos e academias acabam oferecendo a modalidade para seus clientes até mesmo como uma atividade complementar à musculação, por exemplo. Mas, quando se pensa em Pessoas Com Deficiência, esses espaços possuem estrutura e, principalmente, profissionais preparados para atendê-los?
Olhando para essa demanda social e como forma contribuir com a acessibilidade de PcD’s à esta prática esportiva, a Universidade Estadual de Goiás criou o NEAAA - Núcleo de Estudos Avançados em Atividades Aquáticas, onde estudantes de Educação Física, que em breve estarão no mercado, realizam pesquisas e discutem a prática de natação para crianças autistas e Pessoas com Deficiência. “Criamos o NEAAA no ano passado, justamente por isso, faltava uma base teórica mais sólida para os alunos da graduação poderem atuar nas aulas de natação junto à extensão. Antes ficava apenas no saber-fazer, mas hoje já existe um referencial teórico que direciona as práticas pedagógicas”, conta Renato Coelho, coordenador das atividades.
Os encontros do Núcleo acontecem no Centro de Excelência do Esporte, complexo que também abriga a Eseffego- Escola Superior de Educação Física e Fisioterapia de Goiás, o Ginásio Rio Vermelho, o Estádio Olímpico e o Parque Aquático. As reuniões promovem debates e discussões de livros e artigos e, também, pesquisas e práticas de atividades nas piscinas do Parque Aquático.
Parceria com outros projeto para atividades práticas
Parte das atividades do NEAAA são realizadas em parceria com o Projeto de Extensão Nada Mais:Natação Para Todos, onde crianças autistas, Pessoas com Deficiência, gestantes e o público em geral são atendidos com aulas que acontecem no período matutino e vespertino.
O LABBRINC, outra ação extensionista que também converge para o ensino e atividades físicas para crianças, visa oferecer a formação Continuada de Professores da rede pública de ensino, auxiliando de professores da educação básica que atuam na área de Educação Física, através de estudos sistematizados e pautados na Teoria Histórico Cultural de Lev Semionovitch Vigotski, um importante psicólogo que fundamentou a teoria que o aprendizado das crianças se dá a partir de suas relações sociais.
Para o professor Renato Coelho, “a relevância deste projeto está no preenchimento de uma grande lacuna existente na formação docente em educação física no que tange ao universo da educação infantil sob o olhar das teorias vigotskianas”.
Coelho também destaca que “este projeto demonstra que o bom ensino das práticas corporais aquáticas, é aquele onde a aprendizagem guia o desenvolvimento, e é capaz de criar instrumentos pedagógicos eficazes, capazes de tornar possível a inclusão de crianças autistas dentro das aulas de natação”.
As inscrições para participação tanto do Núcleo de Estudos quanto das atividades aquáticas para crianças autistas e o público em geral em 2024, começam em fevereiro. Na página labbrincvigotski.blogspot.com é possível encontrar informações sobre os projetos e sugestões de leituras para estudiosos e pesquisadores que desejam saber mais sobre este tema.