Uma série de apresentações culturais de povos indígenas e quilombolas marcou a abertura da Tenda Multiétnica na noite da última quarta-feira, 14, dentro da programação do 24º Festival Internacional de Cinema e Video Ambiental (Fica), que acontece na cidade de Goiás até o próximo dia 18 de junho. A Tenda é organizada pela UEG Câmpus Cora Coralina em parceria com a Seduc, Seds, Secult, UFG, IFG, Prefeitura de Goiás e Fundação RTVE.
Participam da programação da Tenda os povos indígenas de várias partes do Brasil, como Kalapalo, Xavante, Apinajé, Kaigang, Tapuias, Inhã, Tingui-Boró, Bororo, Guarani Kaiowá e Terena, bem como das comunidades quilombolas Kalunga, Cedro e Recantos Dourados.
Entre as autoridades que marcaram presença na abertura estavam o reitor da UEG, Antonio Cruvinel; o pró-reitor de Graduação, Raoni Ribeiro; o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação, Cláudio Stacheira; o diretor do Instituto Acadêmico de Educação e Licenciaturas da UEG, Marcos Vinícius Ribeiro; a coordenadora do Câmpus Cora Coralina, Deborah Magalhães de Barros; a pró-reitora de Extensão e Cultura da UFG, Luana Ribeiro; a secretária de Cultura da cidade de Goiás, Goiandira Ortiz, representando o prefeito Aderson Gouveia; a sub-secretária da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, Carolina Araújo, representando o governador Ronaldo Caiado, a primeira-dama Gracinha Caiado e o secretário de Desenvolvimento Social, Wellington Matos; a superintendente de Fomento e Gestão Cultural da Secult, Raíssa Coutinho, representando a secretária Yara Nunes; Selma Bastos, representando o secretário César Moura, da Secretaria da Retomada; e a coordenadora regional de Educação de Rubiataba, Juvenilda Lima, representando a secretária de Educação, Fátima Gavioli.
Em sua fala, o reitor Antônio Cruvinel disse que não tem como pensar na Tenda se não pensar na sua construção coletiva. "Este movimento que a Tenda provoca é uma construção de muitas mãos de um câmpus que a UEG muito se orgulha, que é o Cora Coralina. Parabenizo a todos do Câmpus Coralina por este movimento construtivo que provocamos na cidade de Goiás", destacou. Antonio Cruvinel salientou que as discussões da Tenda Multiétnica podem adiar o fim do mundo. "Aqui, onde podemos sentir a terra, onde podemos estar em contato com o outro, conseguimos discutir a cultura goiana na sua raiz mais pura, na sua identidade mais simples e no seu poder mais real, que é o poder de construir", reforçou.
"A Universidade se insere no contexto de pluralidade, respeito à diversidade social e cultural e vai muito além dos aspectos técnicos e científicos. A UEG aproveita este momento para consolidar os diálogos entre diferentes etnias dos povos e comunidades", disse o pró-reitor de Graduação da UEG, Raoni Ribeiro. O pró-reitor lembrou que a UEG insere nas suas políticas a inclusão, as ações afirmativas e políticas que envolvem a inclusão dos povos indígenas e quilombolas. Ele lembrou que em dezembro do ano passado a UEG concedeu o título de doutora honoris causa à líder Kalunga Procópia Santos Rosa, da comunidade Riachão de Monte Alegre de Goiás. "A Universidade entende, participa e homenageia os povos tradicionais, sua cultura, seu conhecimento. A ciência depende desse conhecimento", disse.
Como anfitriã do evento, a coordenadora do Câmpus Cora Coralina, Déborah Barros, deu as boas-vindas aos presentes e resssaltou a importância da união entre as instituições para construir uma discussão que envolva todos os saberes e fazeres das universidades e dos povos tradicionais. "O dever de produzir conhecimento é gerar bem-estar para a sociedade. Só que não existe bem-estar se não nos imanarmos com as pessoas que verdadeiramente conseguem reconhecer e ser natureza. Esses povos, que merecem todo nosso respeito, de fato têm essa competência. É por isso que nós juntamos os nossos conhecimentos e de mãos dadas tentamos trilhar o caminho de um mundo melhor", conclamou.
A Tenda
A Tenda Multiétnica, que segue até sábado, 17 de junho, é um evento que ocorre simultaneamente ao Festival Internacional de Cinema Ambiental (Fica), na cidade de Goiás. Tem como objetivo promover o encontro dos povos tradicionais do Cerrado, bem como de outros biomas brasileiros, tendo como referência a promoção das múltiplas vivências como forma de expressão da diversidade cultural e ambiental.
Esse ano, a Tenda está reunindo, além de povos e populações tradicionais do Brasil, estudantes, professores, e promove a interculturalidade, o compartilhamento de saberes, sabores, fazeres, pedagogias, por meio de oficinas, exposições de produtos, apresentações culturais (danças, cantos), exibição de filmes e documentários, rodas de conversas, debates, painéis fotográficos, comercialização de artesanato. As atividades são abertas ao público, sem necessidade de inscrições prévias.
(Dirceu Pinheiro| Comunicação Setorial|UEG)