1. IDENTIFICAÇÃO DO CURSO
Nome: Lato Sensu em Planejamento e Gestão Ambiental
Modalidade: Pós - Graduação
Regime: Modular
Período de funcionamento: Diurno e Noturno, nas sextas e sábados
Tempo de integralização: 15 meses
Vagas: 20 (quarenta)
Forma de ingresso: Processo Seletivo (PS)
Contato: cassia.silva@ueg.br
2. PÚBLICO ALVO
Tecnólogos, bacharéis, licenciados e docentes que trabalham, ou que pretendem trabalhar com as questões ambientais. Abrangendo tanto a perspectiva técnica, quanto a educacional e de pesquisa.
3. OBJETIVOS
Objetivo Geral
Formar profissionais capacitados para atuar em instituições públicas e privadas que possuam demandas ambientais, e que atuem no planejamento e gestão ambiental.
Objetivos Específicos
Fortalecer o desenvolvimento de ações interdisciplinares na área ambiental;
Contribuir para a formação continuada de profissionais que residem no município de Niquelândia e municípios vizinhos;
Colaborar com a formação de profissionais na área ambiental que desenvolvam projetos e ações locais e regionais;
Incentivar a construção de uma postura técnico-científica e metodológica na práxis dos egressos.
4. JUSTIFICATIVA DO CURSO
Os avanços técnico-científicos ocorridos, principalmente, a partir da Revolução Industrial propiciaram a intensificação da dominação e exploração dos recursos naturais pelo homem, e desde então tem provocado a alteração nos fluxos de matéria e energia e a degradação desses recursos (LEFF, 2002). Na outra ponta do desenvolvimento tecnológico, nos anos de 1960 e 1970, estudos pautados na tecnologia, como por exemplo a utilização de satélites permitiram monitorar e identificar problemas ambientais. Somado a isso, ressalta-se que desastres ambientais resultantes da apropriação da natureza, como derramamento de óleo, poluição atmosférica e acidente nuclear foram fatores que despertaram para uma mudança de consciência ambiental e da insustentabilidade do modelo de desenvolvimento econômico que vigorava (CUNHA; GUERRA, 2010).
Dessa forma, um novo discurso em prol de um modelo de desenvolvimento sustentável, que conciliasse uma base econômica, social e ambiental emergiu. No bojo das questões ambientais e do paradigma da sustentabilidade, o meio ambiente se tornou tema de grande interesse mundial nas esferas econômica, política, social, ambiental e científica.
Um maior embasamento científico e metodológico para os estudos ambientais ocorreu concomitante à preocupação com as questões ambientais que emergiram no contexto do pós Segunda Guerra Mundial (CUNHA; GUERRA, 2010). A partir disso, a conscientização de que os recursos naturais são finitos e a deterioração dos mesmos ocorre de forma crescente e proporcional ao aumento populacional permitiram o avanço das leis ambientais. No Brasil, essas questões refletiram, principalmente, no desenvolvimento de leis ambientais severas e na consolidação de instituições voltadas para a implementação das leis, planejamento, regulação, controle e fiscalização ambiental. No Brasil, regiões significativas vivenciaram a exploração dos recursos naturais de forma insustentável e hoje apresentam apenas resquícios de seus ambientes naturais, como é o caso do Bioma Mata Atlântica.
A região centro-oeste do Brasil também experimentou e experimenta a exploração de seus recursos naturais, motivada, principalmente, por fatores naturais, econômicos e políticos favoráveis à expansão agrícola nessa região. Dentre os fatores naturais, destacam-se o relevo plano a suave ondulado, solos bem drenados e passíveis de correção de nutrientes e a vasta rede de drenagem; dos fatores econômicos, o baixo preço das terras, se comparadas com outras regiões do país, aliada à oferta de mão de obra são destaques da expansão; e dentre os fatores políticos destacam-se os diversos programas governamentais de integração e desenvolvimento nacional, como o caso da Marcha para o Oeste, a construção da Estrada de Ferro Mogiana, a construção da BR Belém Brasília, e o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados - PRODECER (CHAVEIRO; BARREIRA, 2010).
O estado de Goiás, no contexto do centro-oeste, esteve e está no cerne do desenvolvimento agrícola, sendo considerado, juntamente com outros estados da região, o celeiro do país. No estado de Goiás predomina o bioma Cerrado, segundo maior bioma do país, em que mais de 50% de áreas nativas já foram convertidas em pastagens e áreas agrícolas. Segundo Myers et al.(2000), o Cerrado é um dos hotspots mundiais da biodiversidade, o que significa que é um dos biomas mais ricos em termos de biodiversidade e ao mesmo tempo em que também é um dos mais ameaçados do planeta.
A região norte do estado de Goiás é uma região de destaque no cenário ambiental mundial, nacional e regional, pois, apresenta a maior concentração de áreas nativas do Cerrado do estado e abriga características naturais relevantes da biodiversidade, como a região da Chapada dos Veadeiros, que contém a unidade de conservação – Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, que recentemente teve o plano de manejo da Área de Preservação Ambiental - APA de Pouso Alto, que circunda o parque, aprovado. A APA, por sua vez, faz limite com o município de Niquelândia. No âmbito mundial, o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros faz parte da Reserva da Biosfera do Cerrado. O norte de Goiás apresenta grande potencial econômico para a agropecuária, como também para a exploração mineral. Nesse contexto, o município de Niquelândia, maior município do estado de Goiás, possui uma área 9.843,2 km² e os aspectos econômicos desse município estão intimamente ligados aos aspectos físicos naturais da região, onde a principal atividade econômica desenvolvida é a mineração.
Alguns municípios da região norte do estado de Goiás, incluindo Niquelândia, apresentam alto potencial para atividade mineradora. Nesse caso específico, a exploração de níquel o torna o maior produtor nacional do minério, explorado, principalmente, pela empresa Votorantim. As atividades agropecuárias também se destacam, ainda que, enfrentam dificuldades associadas ao relevo montanhoso da região, fato esse que demanda mais investimentos e consequentemente aumentam os custos da produção.
Outra atividade com grande potencial é o turismo, pois Niquelândia possui paisagens naturais formadas por montanhas, grutas, cachoeiras, trilhas ecológicas, reservas naturais, lagoas e um lago, que favorecem o turismo ecológico. Como também, é constituído de rico patrimônio cultural e religioso evidenciado nas construções do século XVIII, e nas festas religiosas, potencializando o turismo cultural e religioso.
Apesar de possuir vários atrativos turísticos, essa atividade ainda é pouco explorada. O paradigma da sustentabilidade coloca em questão a necessidade de aliar desenvolvimento econômico e social, como também a conservação dos recursos naturais. Por essas razões, a formação de profissionais capacitados para desenvolver mecanismos capazes de integrar desenvolvimento e conservação ambiental se faz necessária. Caso esse visualizado na região norte, que requer a conservação dos recursos naturais aliada ao desenvolvimento econômico. Por isso, a importância da formação de profissionais na área de planejamento e gestão ambiental.
O curso de pós-graduação Lato Sensu em “Planejamento e Gestão Ambiental” se apresenta como possibilidade de fomentar a capacitação de profissionais para atuar no contexto nacional, e principalmente, no contexto regional do norte Goiano. Visto que, a região norte de Goiás carece de cursos de especialização gratuitos voltados à formação de profissionais na área ambiental. Pensando o município de Niquelândia, os
tecnólogos da área de mineração e de turismo formados na UEG de Niquelândia requerem uma formação continuada, sendo possível por meio de um curso de pós-graduação Lato Sensu.
5. PERFIL DO EGRESSO
Os egressos estarão aptos a atuar nas áreas de coordenação, supervisão e execução de projetos e ações em empresas públicas e privadas que atuam diretamente com planejamento e gestão ambiental, ou que tenham em suas premissas produtivas o desenvolvimento sustentável.