A partir do ano que vem, o Brasil começa a implantar a reforma tributária, um processo de transição que vai até 2033 e modifica significativamente o sistema de impostos do país. O impacto direto das mudanças sobre a área contábil ressalta a atualidade do tema escolhido para o Seminário de Ciências Contábeis 2025 da Universidade Estadual de Goiás (UEG), que está sendo realizado de 23 a 25 de setembro na Unidade Universitária de Ciências Socioeconômicas e Humanas – Nelson de Abreu Júnior (UnUCSEH), em Anápolis.
Com o tema “Educação fiscal como ferramenta de cidadania”, o evento reúne comunidade acadêmica, representantes da sociedade civil e profissionais do setor. A programação foi organizada pelos discentes do sexto e oitavo período do curso de Ciências Contábeis, como parte do Componente Curricular de Extensão (CCE). Todos os anos, próximo ao Dia do Contador, comemorado em 22 de setembro, os estudantes assumem o compromisso de planejar o seminário, convidar palestrantes e articular parcerias com instituições da sociedade civil, órgãos de governo e entidades representativas da classe contábil.
Na abertura do evento, realizada na noite de terça-feira, 23, estiveram presentes o diretor do Instituto Acadêmico de Ciências Sociais Aplicadas (IACSA|UEG), Rodrigo Messias; o coordenador pedagógico do Instituto, Rodrigo Elias de Rezende; o delegado da Receita Federal em Anápolis, Sérgio Ferreira Nascimento; o presidente do Sindicato dos Contabilistas de Anápolis, Renato Dutra; o professor Célio de Sousa Ramos Júnior, coordenador setorial do curso de Ciências Contábeis; e a assessora pedagógica Carolina do Carmo Castro, representando a coordenadora da UnUCSEH, Kesia Rodrigues dos Santos.
A parceria da UEG com a Associação do Fisco de Goiás (Affego) e com o Grupo de Educação Fiscal (Gefe) da Secretaria de Estado da Economia orientou a escolha do tema da palestra de abertura, “Tributos: mitos e verdades e solidariedade fiscal”, ministrada pelo auditor José Humberto Corrêa de Miranda, coordenador de Educação Fiscal da pasta de Economia e da Comissão de Comunicação do Programa Nacional de Educação Fiscal.
Desmistificação dos tributos
O diretor do IACSA, Rodrigo Messias, destacou que o seminário é essencial para a formação acadêmica, contribuindo para ampliar o contato dos estudantes com a sociedade. Segundo ele, o evento também ajuda a desmistificar a percepção negativa sobre os tributos e evidencia o papel do contador. “Toda essa contribuição que vai para além da sala de aula, além do ensino e de todos os componentes curriculares, enriquece muito nessa aproximação com a sociedade”, afirmou.
Para o coordenador pedagógico do Instituto, Rodrigo Elias de Rezende, a proposta deste ano foi explorar a educação fiscal tanto para alunos quanto para a comunidade externa, enfatizando sua importância na arrecadação de impostos e seu potencial como ferramenta para fortalecer a cidadania e melhorar e qualidade de vida da população.
Coordenador setorial do curso, o prof. Célio de Sousa Ramos reforçou que o evento tem como objetivo conscientizar sobre a função social dos tributos, mostrando que eles não são instrumentos punitivos, mas mecanismos utilizados para financiar serviços essenciais e políticas públicas. Segundo o docente, por não se restringir a estudantes de Ciências Contábeis e contar com a participação do público externo e de alunos de Economia, Administração, Pedagogia e outras licenciaturas, o seminário amplia o alcance das discussões.
Organização estudantil
Diogo Gomes de Morais, estudante do sexto período do curso, participou pela primeira vez da organização do evento. Ele relatou estar entusiasmado com a oportunidade de contribuir e de atuar como mestre de cerimônias, experiência que considera enriquecedora e marcante em sua formação. Para o acadêmico, a escolha do tema foi fundalmental, pois permite discutir questões que afetam diretamente empresas e cidadãos. Ele destacou que compreender a área fiscal é imprescindível para evitar multas, reduzir riscos e garantir que os impostos sejam aplicados corretamente.
Palestra de abertura
O auditor José Humberto Miranda abordou o papel do controle social exercido pela sociedade por meio do pagamento de tributos, desmistificando algumas ideias sobre a carga tributária no país. Destacou também o impacto da arrecadação na vida das pessoas. Ele explicou a importância de inserir o CPF na nota fiscal, o que incentiva o cidadão a solicitar o documento e auxilia a administração pública na identificação de eventuais fraudes.
Durante a palestra, destacou que “não estaríamos hoje em uma universidade pública se não fossem os tributos”. Também abordou distorções e desigualdades tributárias, ressaltando o conceito de "justiça fiscal", quando a arrecadação é utilizada para orientar políticas que promovem a redução de injustiças sociais. Miranda reforçou, ainda, a necessidade da educação fiscal, para que a sociedade se mobilize e cobre a correção dessas distorções. O palestrante apresentou também dados comparativos de outros países, contextualizando a situação do Brasil.
O Seminário de Ciências Contábeis da UEG prossegue até quinta-feira, 25. Nesta quarta-feira, 24, às 19h, a programação tem continuidade com a palestra do professor Cláudio Gonçalves Pacheco, que discutirá o tema “Tributação, orçamento, solidariedade social e ambiental”.
Já na quinta-feira, 25, o encontro será marcado pelas palestras de Adimilson Morais Romeiro, que apresentará as ações do “CRC voluntário”, e de Valquíria Andrade de Souza, com o tema “Balanço cidadão”.
Confira a programação completa abaixo:
(Comunicação Setorial|UEG)