Programação do Encontro 2025

Tema do 4º EECABC - "Narrativas enraizadas: cinema e território"

Em 2025, o Encontro das Escolas de Cinema e Audiovisual do Brasil Central definiu como tema "Narrativas enraizadas: cinema e território". A escolha  dialoga e espelha o tema do 26º Fica, que neste ano tratará do "Cerrado: a savana brasileira e o equilíbrio do clima". O tema da quarta edição do evento propõe uma reflexão  sobre as relações entre o audiovisual e as diversas concepções de território. Essa abordagem busca explorar como as narrativas audiovisuais são capazes de revelar, valorizar e preservar as identidades locais, ao mesmo tempo em que contribuem para um debate mais amplo sobre as questões ambientais e socioculturais contemporâneas. A noção de território adotada no evento transcende a definição geográfica, abrangendo também dimensões subjetivas e simbólicas, como territórios imaginados, fronteiras culturais e identitárias, além de espaços de memória e afeto. Ao propor a temática "Narrativas enraizadas", o Encontro convida à reflexão sobre como diferentes concepções de território influenciam as produções, narrativas e perspectivas. 

 

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Ementas dos Painéis

Painel: Fabulando territórios

Este painel propõe refletir sobre o processo de construção de territórios no cinema a partir de uma perspectiva político-afetiva e imagética. A partir de narrativas filmadas em locações reais, cineastas criam fabulações que transformam esses espaços em territórios simbólicos, carregados de subjetividade, memória e crítica social. O debate se concentra na ética da representação, na parceria com os sujeitos que habitam esses territórios e nas potências narrativas que emergem desse encontro entre realidade e invenção. A proposta é pensar como o ato de filmar pode ser, ao mesmo tempo, gesto estético e político.

Painel: Territórios e diversidade

O painel convida a uma reflexão sobre como o cinema representa, tensiona e ressignifica territórios marcados por questões de gênero, raça, classe, sexualidade e identidade. Através de olhares plurais — como os do cinema negro, indígena, periférico e queer —, esses territórios se tornam espaços de resistência, afirmação e disputa simbólica. Mais do que cenários, eles se revelam como territórios de existência e pertencimento, onde corpo e espaço se entrelaçam. A proposta é discutir como as narrativas audiovisuais desestabilizam representações hegemônicas, ampliando o imaginário coletivo e reafirmando a diversidade como força constitutiva da linguagem cinematográfica contemporânea.

Painel: Territórios virtuais

Neste painel, o foco recai sobre os territórios que emergem no e pelo ambiente digital, especialmente no campo do audiovisual. A contemporaneidade tem criado ecossistemas, paisagens e universos que existem para além da materialidade, expandindo os limites da narrativa e da experiência sensorial. Esses espaços virtuais deixam de ser apenas cenários para se tornarem territórios narrativos, afetivos e simbólicos, capazes de gerar novas formas de linguagem, de subjetividade e de mundo. O debate busca compreender como essas construções digitais impactam a estética, a política e a forma de se relacionar com o cinema e com a própria ideia de território.