Entre os dias 26 e 30 de maio de 2025, a cidade de Petrópolis-RJ foi palco do II Simpósio sobre Codocência e Docência Compartilhada (SimCoDoC), promovido pelo CEFET/RJ. Com abrangência nacional e caráter semipresencial, o evento reuniu educadores, pesquisadores, estudantes e profissionais da educação de diversas regiões do país, fortalecendo o debate sobre práticas pedagógicas colaborativas, formação docente e inclusão educacional.
Com uma programação extensa e plural, o Simpósio articulou fóruns temáticos, conferências, plenárias e mesas-redondas, nas quais foram discutidas experiências concretas de docência compartilhada nos diferentes níveis de ensino. Entre os temas em destaque estiveram as práticas de codocência no estágio supervisionado, o papel da formação inicial e continuada de professores, a atuação interprofissional em contextos inclusivos e as possibilidades de institucionalização da codocência como política pública e modelo de organização pedagógica. A programação completa do evento você vê em: https://www.even3.com.br/ii-simposio-sobre-codocencia-e-docencia-compartilhada/
Foi nesse contexto que o professor Eleandro Adir Philippsen, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Câmpus Nordeste Sede: Formosa, participou como convidado da mesa-redonda intitulada “Codocência e Docência Compartilhada na Educação Especial Inclusiva”, realizada no dia 28 de maio, no Centro de Cultura Raul de Leoni. Ao lado de Thayná Marracho Marques (CAp-UFRJ) e Renata Dionisio (INES), com mediação de Soraia Wanderosck (CEFET/RJ), Eleandro apresentou a reflexão “Codocência e Ensino: caminhos político-pedagógicos”, em que abordou sua trajetória e as contribuições da codocência para a construção de uma educação inclusiva efetiva e conceitual de estudantes Surdos.
Em sua fala, destacou a interdependência entre professores e Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais/Língua Portuguesa (TILSP), valorizando não apenas a mediação linguística, mas a construção conjunta do processo pedagógico. Ressaltou ainda a importância dos sinais-termo como elementos indissociáveis do ensino de conceitos científicos e reforçou a codocência como prática pedagógica que supera modelos assistencialistas, fortalecendo a produção de sentidos, a escuta ativa e a justiça linguística em sala de aula.
Durante o evento, o professor também lançou seu novo livro, “O livro dos sinais perdidos: contos da codocência e surdez” (Editora Artletras), obra que reúne narrativas sensíveis e potentes sobre a experiência da inclusão educacional de estudantes surdos por meio da atuação compartilhada entre professores e TILSPs. O livro propõe uma reflexão crítica sobre os desafios e as possibilidades de se construir uma escola verdadeiramente inclusiva, valorizando os encontros entre saberes, culturas e línguas.
As discussões do evento também evidenciaram a urgência de políticas institucionais que reconheçam e valorizem a codocência como uma modalidade de serviço estruturante da prática educativa. Experiências exitosas de estágio supervisionado em cursos de licenciatura foram apresentadas como campo fértil para o exercício da docência compartilhada, revelando como o trabalho em parcerias pedagógicas pode se constituir como estratégia formativa e transformadora. Houve, ainda, forte mobilização em torno da ideia de que a codocência deve deixar de ser uma prática excepcional ou emergencial para se tornar parte integrante das diretrizes pedagógicas das instituições de ensino.
A mesa-redonda está disponível no canal oficial do evento no YouTube e pode ser acessada pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=kWcDeXbZcUE&t=4256s
A participação no SimCoDoC reafirma o compromisso do professor Eleandro e do Núcleo Intersetorial de Direitos Humanos, Acessibilidade e Ações Afirmativas (NIAAF/UEG) com uma universidade inclusiva, dialógica e socialmente comprometida. Inspirados pelas discussões do evento, o professor e o NIAAF desenvolverão ações e proposições voltadas à implementação da codocência como modalidade de serviço na UEG, buscando fortalecer o direito à educação inclusiva e plural dentro da instituição.
Para mais informações sobre codocência e surdez, acesse: https://bit.ly/eleandrophilippsen