Quem gosta de animais tem na carreira de zootecnista uma boa opção de curso. O profissional de Zootecnia trabalha para que os animais vivam em boas condições, cuidando do peso, da saúde e da alimentação. Até mesmo na hora do abate o zootecnista procura a forma que minimize o sofrimento do animal e não prejudique a qualidade da carne.
O curso de Zootecnia foi criado na Universidade Estadual (UEG) no ano de 2000, no Câmpus Oeste, em São Luís de Montes Belos, a partir da necessidade de atender uma demanda do estado de Goiás para este profissional voltado para o agronegócio. O estado tem participação fundamental na atividade pecuária do País, com um rebanho de aproximadamente 22 milhões de cabeças, o segundo maior do país. Isso representa cerca de aproximadamente 10,7% do total de bovinos do Brasil. Soma-se a isso o grande volume de leite produzido, fazendo de Goiás o 4º maior produtor de leite, com uma produção anual de quase 3 bilhões de litros, segundo dados de 2019 do IBGE. O estado também conta com uma grande infraestrutura de empresas ligadas ao setor do agronegócio, bem como uma cadeia frigorífica que, em 2017, abateu 2,8 milhões de animais, como aponta levantamento de 2018 feito pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
Segundo o coordenador Rafael Ferro, o curso de Zootecnia em São Luís de Montes Belos existe há mais de 20 anos com uma preocupação de formar pessoas com qualidade. “O curso possui corpo docente altamente qualificado, que proporciona formação ampla e sólida aos futuros profissionais”, diz. Rafael salienta que diversas aulas acontecem no ambiente da fazenda escola da UEG, possibilitando aos estudantes maior contato com as situações práticas e reais de trabalho de um zootecnista. “O curso também possui parcerias com importantes empresas vinculadas ao agronegócio, o que possibilita amplo campo para realização de estágios pelos estudantes”, reforça.
De acordo com a diretora do Instituto de Ciências Agrárias e Sustentabilidade, Sueli Freitas, até o momento a UEG já formou 34 turmas, com aproximadamente 750 zootecnistas que estão atuando em diversas áreas, tanto no estado de Goiás, quanto em outras regiões do Brasil. “O Centro-Oeste, devido à grande quantidade de propriedades rurais, é um bom campo para o profissional que está em ascensão devido ao aumento populacional, o que gera pressão por uma produção agropecuária sustentável, eficiente, lucrativa e capaz de atender à demanda por alimentos, que cresce a cada dia. Ao longo dos anos ocorreram em Goiás alterações técnicas na pecuária de corte que fizeram com que o estado tivesse destaque nacional em termos de produção, abate e exportação de carne, o que demonstra a importância do zootecnista em diversas áreas do agronegócio”, destaca.
Depoimentos
A supervisora técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-GO), Luciana dos Reis Valadão, 36 anos, é egressa do curso de Zootecnia do Câmpus Oeste da UEG, em São Luís de Montes Belos.
Luciana concluiu o curso em 2008 e, de lá para cá, tem desenvolvido atividades ligadas a sua formação. A primeira experiência dela foi como professora de um curso técnico ofertado pela então Secretaria de Ciência e Tecnologia em São Luís de Montes Belos. Também atuou no Sebrae Goiás, onde acompanhou e levou extensão rural a 157 famílias de assentados do município. “Minha formação me possibilita atuar na bovinocultura de leite, bovinocultura de corte, psicultura, suinocultura, avicultura, entre outras áreas”, revela Luciana que fez especialização em Produção Animal pela UFG e mestrado em Desenvolvimento Rural Sustentável pela UEG.
Influenciado pela necessidade de realizar a sucessão familiar na propriedade rural, Alecsandro Marcelo Gomes de Souza, que já é graduado em Engenharia Civil, voltou aos bancos da UEG para cursar Zootecnia. Ele começou em 2016 e deve concluir o curso no fim de 2022. “Minha família trabalha há mais de 50 anos com bovinocultura de leite e eu senti essa necessidade de voltar para a universidade para fazer um trabalho técnico e objetivo”, explica.
Alecsandro diz que o curso de Zootecnia aborda o bem-estar animal, a produção animal, bem como procurar os melhores índices para obter o melhor resultado, a máxima lucratividade. E esse aprendizado já está sendo colocado em prática na sua propriedade. “A gente tirava 700 litros de leite de 80 vacas por dia. Hoje, com 60 vacas, conseguimos tirar 900 litros. Isso foi possível graças ao aprendizado que obtive no curso de Zootecnia, com foco na bovinocultura de leite”, ressalta.
Segundo Alecsandro, a Zootecnia proporciona uma visão de produção animal muito ampla, que envolve bovinocultura de corte, bovinocultura de leite, ovinocultura, caprinocultura, suinocultura, avicultura, apicultura e equideocultura. “Também é possível trabalhar com criações alternativas, como o uso de insetos para alimentação animal e para o ser humano, e também envolve a criação de animais silvestres exóticos”, revela.
Ingresso
Quem quiser cursar Zootecnia na Universidade Estadual de Goiás pode entrar de três formas diferentes:
* Vestibular (a forma mais comum);
* Transferência interna (de outro curso da UEG) ou externa (de outra instituição de ensino superior);
* Seleção de portadores de diploma de curso de graduação.
(Dirceu Pinheiro|Comunicação Setorial|UEG)