O longa-metragem Mada e Bia venceu, no último fim de semana, o Prêmio Margarida de Prata, uma das mais tradicionais distinções do cinema brasileiro, concedida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O resultado foi anunciado durante a 55ª Edição dos Prêmios de Comunicação da CNBB, realizada no Teatro Tuca Arena, em São Paulo. A produção teve apoio e produção da Universidade Estadual de Goiás (UEG), por meio do Núcleo de Agroecologia e Educação do Campo (Gwatá) e do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGEO).
Dirigido e roteirizado por Dagmar Olmo Talga, pesquisadora do Gwatá, o filme acompanha a trajetória das religiosas Marie Madeleine Hausser (Mada) e Béatrice Kruch (Bia), ambas da Alsácia, que vivem no Brasil desde 1967. O registro evidencia o papel das duas na resistência em períodos de repressão, especialmente durante a ditadura militar, e no trabalho junto às comunidades do campo em diversos territórios do país. A narrativa tem participação especial da atriz Dira Paes, responsável pela narração.
A produção reúne cenas gravadas no Brasil e na França e levou cerca de sete anos para ser concluída. Com caráter independente, Mada e Bia contou com apoio técnico e voluntário de pesquisadoras, pesquisadores e instituições parceiras, entre eles o prof. Murilo Mendonça Oliveira de Souza (PPGEO) e Jaqueline Vilas Boas Talga (Gwatá), que assinam a produção da obra.
O filme teve pré-estreia no 9º Festival Internacional Amazônida de Cinema de Fronteira (FIA Cinefront 2024) e já circulou por mais de 40 festivais nacionais e internacionais. Além do Gwatá e do PPGEO da UEG, a realização envolve a Essá Filmes, a Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil e as Irmãs da Divina Providência de Ribeauvillé.
Criado em 1967, o Prêmio Margarida de Prata surgiu como iniciativa da CNBB para reconhecer obras cinematográficas capazes de promover reflexão crítica em períodos de restrições democráticas. Ao longo de mais de seis décadas, já destacou produções como Eles Não Usam Black-Tie, Central do Brasil e Bicho de Sete Cabeças. Com a vitória de Mada e Bia, a cineasta Dagmar Olmo Talga recebe o prêmio pela segunda vez, tendo vencido também em 2019, pelo longa O Voo da Primavera.


(Comunicação Setorial|UEG)