Nos dias 7, 8 e 9 de novembro, o curso de Ciências Econômicas da Unidade Universitária de Itumbiara da Universidade Estadual de Goiás (UEG) promoveu uma série de visitas técnicas e culturais na cidade de São Paulo, com o objetivo de aproximar os discentes da realidade do mercado financeiro e de importantes manifestações culturais e históricas do país. O trabalho de campo, idealizado e organizado pelos professores Dr. Bruno L. Siqueira e Dr. João Nilson Rosa, contou também com a participação do professor Me. Wesley Lemes Cardoso e das professoras Dra. Jackeline Silva e Dra. Janãine Carneiro, ambas do curso de Geografia da Unidade Universitária de Morrinhos.
A atividade teve caráter interdisciplinar e integrador, reunindo estudantes de três câmpus e quatro cursos da UEG: Ciências Econômicas de Itumbiara e de Anápolis; Farmácia da UnU Itumbiara; e Direito do Câmpus Sul Morrinhos. A proposta partiu do entendimento de que experiências de campo ampliam a compreensão acadêmica e fortalecem o aprendizado prático, favorecendo o diálogo entre teoria e realidade social.
No dia 7 de novembro, o grupo visitou a sede da [B]³ - Brasil, Bolsa, Balcão, principal instituição do mercado de capitais brasileiro, onde foi recepcionado por Elaine Bandeira, do setor de Relacionamento com Clientes, e por Tainã Xavier dos Santos Pereira, cientista de dados da [B]³. A palestra ministrada por Tainã abordou temas como a história da instituição, os mercados em que atua, números do mercado de capitais, perfil dos investidores brasileiros e iniciativas de educação financeira. A visita possibilitou aos discentes uma compreensão aprofundada sobre o papel da [B]³ no desenvolvimento da economia nacional, bem como sobre os mecanismos que sustentam o funcionamento do mercado de capitais.
Ainda na sede da [B]³, os estudantes participaram de duas palestras sobre educação financeira e investimento e prospecção e assessoria de investidores, além de análise técnica de produtos estruturados, derivativos e estratégias de proteção (hedge) e alavancagem. As palestras proporcionaram uma rica troca de experiências e reforçaram a importância da qualificação profissional e do pensamento analítico na atuação no setor financeiro.
O dia 8 de novembro foi dedicado ao percurso cultural, em que o grupo visitou instituições de grande relevância histórica e social em São Paulo: o Museu da Língua Portuguesa, a Pinacoteca do Estado, o Bairro da Liberdade — símbolo da presença e influência da imigração japonesa no Brasil — e o Museu do Ipiranga, recentemente reaberto após ampla restauração. Essas visitas tiveram como propósito ampliar a percepção dos estudantes sobre as relações entre espaço, cultura e economia, promovendo uma leitura mais integrada das dinâmicas sociais e econômicas que moldaram o desenvolvimento brasileiro.
Encerrando as atividades, na manhã do dia 9 de novembro, o grupo realizou uma caminhada pela Avenida Paulista, considerada o principal centro financeiro do país, onde se concentram grandes instituições bancárias, empresas nacionais e multinacionais, além de órgãos públicos. O trajeto permitiu observar de forma prática o ambiente em que circulam capitais, políticas e decisões que influenciam diretamente a economia nacional.
Resultados do Trabalho de Campo em São Paulo
Como atividade preparatória para o trabalho de campo na cidade de São Paulo, foram realizadas palestras no interior do ônibus, conduzidas pelos docentes Dr. Bruno, Dra. Jackeline, Dra. Janãine, Dr. João Nilson e Me. Wesley, com o objetivo de contextualizar a formação territorial da cidade de São Paulo e promover uma reflexão crítica acerca das disparidades socioespaciais observadas nesse ambiente urbano.
As apresentações, com duração aproximada de 90 minutos, abordaram a estrutura e a infraestrutura da economia paulista, destacando aspectos como o quantitativo populacional, a participação da cidade no PIB nacional, bem como as oportunidades e desafios socioeconômicos presentes no território.
Durante as exposições, os docentes enfatizaram a importância de compreender as desigualdades sociais e as condições de vida da população menos favorecida, relacionando esses fatores à dinâmica do desenvolvimento urbano e econômico da metrópole. Os professores Dr. Bruno, Dr. João Nilson e Me. Wesley trataram de temas voltados à estrutura econômica e à organização produtiva da cidade, enquanto as professoras Dra. Jackeline Silva e Dra. Janãine abordaram os aspectos geográficos e geoeconômicos que caracterizam a região.
No retorno da visita, foi promovida uma reflexão coletiva, com o intuito de avaliar a execução do projeto de ensino e recolher o feedback dos alunos. Os estudantes destacaram as diferenças percebidas entre viver em um ambiente de pequeno porte (cerca de 100 mil habitantes) e a experiência imersiva em uma megacidade com mais de 11 milhões de habitantes. Essa comparação permitiu observar e discutir elementos relacionados à formação geográfica e econômica, às relações comerciais (oferta e demanda), à estrutura e magnitude da concorrência, à logística urbana, bem como às desigualdades sociais e territoriais.
O trabalho de campo representou mais do que uma experiência acadêmica, proporcionou momento de vivência concreta dos conteúdos teóricos abordados em sala de aula. Além de promover o contato direto com instituições de destaque no cenário econômico e cultural, a atividade proporcionou aos discentes uma perspectiva crítica e ampliada das relações entre o mercado financeiro, a história econômica e o espaço urbano. Em especial para os estudantes do curso de Ciências Econômicas da UnU Itumbiara, a experiência consolidou sua formação como economistas com visão analítica, crítica, integradora e sensível às complexidades do desenvolvimento social e econômico brasileiro.
Nos depoimentos colhidos, os alunos expressaram perplexidade diante das desigualdades socioeconômicas observadas, ao mesmo tempo em que demonstraram satisfação pelo aprendizado adquirido e pela vivência prática proporcionada. O trabalho de campo, portanto, cumpriu o papel de articular teoria e prática, permitindo que os participantes refletissem criticamente sobre a complexidade socioeconômica de São Paulo e os desafios do desenvolvimento urbano sustentável.
(Comunicação Setorial|UEG, com texto da UnU Itumbiara)