A fotografia tem sido um caminho trilhado por muitos egressos do curso de Cinema e Audiovisual da UEG. Além do mercado amplo e sempre ávido por novas imagens, essa arte também possui a magia de capturar e eternizar momentos, sentimentos, pensamentos e desejos humanos. Nesse ponto, a fotógrafa Mayara Varalho é emblemática: para ela, a fotografia conta as histórias que escolhemos contar. E em sua trajetória bem sucedida no campo fotográfico, ela escolheu contar histórias de felicidade. Conversamos sobre isso e muito mais nesta edição do projeto Cinemas, Histórias e Laranjeiras.
CHL: Mayara, você pode se apresentar?
Mayara Varalho: Oi, galera! Eu sou a Mayara, Mayara Varalho. Sou egressa do curso de Cinema e Audiovisual da UEG. Entrei em 2013, depois em 2014 novamente, porque desisti do curso e depois voltei. A UEG foi uma parte muito importante da minha vida — entrei com 17 anos e, logo no início do curso, fiz 18.
Além de ter sido o lugar onde me formei profissionalmente, foi também onde me formei como adulta. Entrei adolescente na faculdade, então todas as relações construídas dentro desse curso — que é super especial por causa do formato — me ajudaram muito a ser quem eu sou hoje. Para além da formação profissional, que é o básico dentro do curso, foi ali que vivi as experiências da vida adulta: começar a trabalhar, me sustentar, construir relações. Tudo isso aconteceu na UEG.
A minha trajetória é indissociável da universidade. Em todo lugar que eu vou, sempre digo que sou formada em Cinema e Audiovisual pela UEG, porque sem ela não existe “eu”.
CHL: De onde você vem? Quem é a Mayara que chega à UEG?
Mayara Varalho: Ai, nossa… A Mayara que chega à UEG é do Distrito Federal. Quando entrei na faculdade, eu morava em Planaltina, que já é Goiás. Eu prestei vestibular em Formosa, na verdade. Tinha acabado de sair do ensino médio e queria continuar estudando, porque, se parasse, teria que trabalhar com a minha prima em um escritório.
Minha avó me disse que tinha se esforçado muito para pagar a escola, mas que não teria como arcar com uma faculdade particular. Então combinamos de tentar uma universidade pública — e eu fui a primeira da família a entrar em uma. De particular, tenho duas primas que estudaram.
Quando cheguei à UEG, eu não tinha noção do que era o curso. Tinha uma tia que, quando eu voltava pra casa nos fins de semana, dizia: “Ah, ela faz aquela faculdade de falar com deficiente auditivo”, achando que eu fazia Libras. Ninguém entendia direito o que era o curso.
Eu mesma entrei sem entender muito bem, apenas pensando: “Vou arrumar uma profissão aqui.” Mesmo já gostando de audiovisual, só depois fui compreender de verdade o que isso significava. Quando entrei na UEG, comecei a fazer algo que sigo até hoje: making of. Eu amava o Video Show!
Achava fascinante ver o que acontecia por trás das câmeras. E, olhando hoje, percebo que já existia ali uma pista do que eu queria fazer da vida, mesmo sem perceber na época.
Sempre fui o tipo de pessoa que só aprende depois da prova (risos). Pensando retrospectivamente, vejo que vários sinais já estavam lá.
CHL: Hoje, pensando em retrospectiva, o que você lembra que tenha sido marcante do audiovisual antes da faculdade?
Mayara Varalho: Nossa, é uma coisa bem clichê. Eu não tinha TV a cabo em casa, só TV aberta. Gostava muito de ver filmes, mas tinha o problema da classificação indicativa — quando aparecia lá, eu nem precisava que minha mãe mandasse, já saía da frente da TV.
Adorava assistir ao Supercine. Teve uma vez que passou um filme do Tarantino, Kill Bill – Volume 1. A cena final, em que ela mata a Lucy Liu, me marcou demais. Fiquei impressionada, aquilo ficou na minha cabeça. Pouco tempo depois, fui até uma locadora (ainda existiam na época) e “roubei” o Volume 1 e o Volume 2 — quer dizer, aluguei e nunca devolvi (risos).
A locadora acabou fechando, então acho que está tudo bem (risos). É um clichê, mas foi algo que me marcou muito. Não que tenha decidido trabalhar com isso naquele momento, mas foi uma experiência de grande cinema, uma lembrança que nunca saiu da minha cabeça. Eu tinha uns 15 anos.
Fora isso, eu sempre gostei muito de assistir TV. A briga lá em casa era sempre “vai dormir, larga a TV!”, porque eu não queria parar de ver.
CHL: Como foi a sua primeira impressão do curso?
Mayara Varalho: Depois que voltei de verdade, eu já conhecia os professores. O bom dessa segunda entrada foi que eu estava mais atenta, com mais noção de que precisava me movimentar pra continuar ali. Eu não tinha tido muita experiência anterior com rotina de estudos — era muito nova.
Logo abriu um edital de bolsa permanência. Eu, atenta aos documentos, mandei o que tinha (risos). Faltaram algumas coisas, principalmente a documentação de renda do meu pai. Em vez de ser racional e explicar que eu não convivia com ele, fiquei aflita, achando que ninguém ia me ajudar.
A professora Jô Levy me ajudou. Ela pegou na minha mão com toda a calma do mundo e me explicou direitinho o que fazer. Fiz exatamente como ela orientou, consegui a bolsa e resolvi todos os problemas. Não precisei mais chorar.
De manhã eu tinha aula, e à tarde eu ia ficar no LIS (Laboratório de Imagem e Som Silvio Bragato) porque eu tinha que fazer alguma coisa, cumprir alguma atividade por causa do valor da bolsa. Foi assim que comecei a me envolver muito na faculdade.
Tudo que acontecia, eu estava no meio: quando era Mostra, quando era a SAU (Semana de Cinema e Audiovisual da UEG), quando era outra coisa menor. Lembro de um dia em que fiquei na UEG, de tarde — não sei se ainda tem — dentro daquela sala lá em cima, perto da escada, uma sala mais escura, com uma portinha no fundo. Um dia, sem ter o que fazer, abri essa portinha.
Tinha um monte de bagunça lá. Sabe o que eu fiz? Fui limpar a sala. Era um acervo de arte. Acho que até o Marcos Bruno, um querido colega da turma de 2013, ajudou. Talvez tenha sido nesse ano. Não lembro direito, mas lembro que a gente fez isso juntos.
Eu me envolvia muito com a UEG. Meu negócio era estar lá o dia inteiro, fazendo alguma coisa: ajudando o Sid Leite, fazendo filme, ajudando em evento, ou só mexendo em coisas da faculdade mesmo.
Em 2013, não sei quantos anos você tinha, mas era o começo do WhatsApp — nem smartphone era algo comum ainda. Então estar lá dentro era a forma de realizar as coisas.
E fui ficando. Porque uma das coisas que tinham me feito ir embora antes era esse “vazio pós-turma”. Eu ficava sozinha e pensava: “Cara, o que eu vou fazer? Não sei sair.” Então foi essa chamada — esse vínculo — que me deixou lá dentro.
CHL: Como é que essa história do Sidi Leite te ensinou a fotografar?
Mayara Varalho: Isso é verdade! Ele me ensinou muita coisa de fotografia na prática. Tinha as câmeras do LIS. E como eu ficava muito tempo lá, via ele fotografando, achava o máximo. A gente aprontava no LIS.
Tem muita foto lá. Lembro de uma vez que tentamos fazer uma releitura da capa de Secos & Molhados. Foi um barato fazer isso! E a gente se empenhou muito.
Foi uma ideia dele, e a gente se juntou e fez. Ficamos testando luz, vendo como funcionava, mexendo na câmera. Esse contato é essencial, porque às vezes é difícil, no dia a dia da UEG, pegar o equipamento e exercitar de verdade.
E eu tinha essa possibilidade — ficava lá. Nem que fosse pra dormir dentro do LIS (risos). Eu estava na UEG, fazendo alguma coisa, conferindo até a qualidade do carpete, mas estava lá.
CHL: E como você foi se encontrando dentro de um curso tão amplo? O audiovisual tem várias ramificações, várias possibilidades. Como foi que você foi escolhendo as suas?
Mayara Varalho: Aí vem uma percepção que entendi depois. Eu sempre gostei de foto, desde que entrei. Eu ficava muito lá, mexendo com os equipamentos, achava mais legal que som. Edição, Deus me livre — hoje em dia eu edito (risos).
Comecei a fotografar porque gostava de ver a foto. Minha avó também sempre gostou muito de fotografar. Aí descobri, recentemente, que eu fotografava desde os 15 anos. Por isso já gostava tanto de fotografia. Descobri isso no pós-pandemia, quando fiz um curso de fotografia contemporânea.
Todo mundo lá tinha uma história: “meu pai tinha uma Leica”, “meu avô era jornalista”, “fui estudar fotografia na França”... Eu não tinha nada disso.
Na minha família ninguém trabalha com arte, nem com mídia — até hoje não tem nenhum social media (risos). Minha família é uma família de terreiro, de algumas gerações. E eu tirava foto das festas!
CHL: Você não se lembrava disso?
Mayara Varalho: Não! Eu não considerava isso prática. Só achava que era uma coisa que eu gostava de fazer porque a minha família estava ali — e era um jeito de estar com ela.
Agora estou procurando essas fotos com umas primas. Elas estão buscando uns CDs antigos lá em casa. O que a gente achou até agora foram CDs com vídeos das festas — e eu sempre apareço de costas, porque estou com a camerazinha na mão.
Estou querendo muito fazer esse recorte, estou com esse material aqui em casa. E é isso: na verdade, eu já me interessava antes. Não foi lá (na UEG) que começou — lá eu aprendi a parte técnica.
Entendi o que acontecia. Antes era tudo no automático, e lá aprendi fotometria e tal.
CHL: Nos seus projetos, a fotografia está sempre ligada a um olhar mais crítico, social, a questões importantes do nosso meio. Você acha que isso tem relação com essa sua trajetória, que agora você está redescobrindo?
Mayara Varalho: Acho que sim. Mas acho que tem a ver com intenção mesmo, sabe? Depois de um tempo, não tem mais esse “ah, fiz essa foto porque aconteceu”. A gente escolhe pra onde olha depois que começa a trabalhar com recorte, com leitura. Então não tem dom ou acaso. São escolhas conscientes.
CHL: Mayara, me diz, o que é ser fotógrafa e audiovisualista em Goiás?
Mayara Varalho: Ai, que pergunta difícil.
Difícil porque acho que demorei muito para poder dizer: “Pô, sou fotógrafa.” Muito mesmo. Era um lugar que eu tinha medo de ocupar, por respeito à imagem, a tudo isso. Tem coisas na vida que a gente venera, né? E para mim, essa era uma profissão assim, tipo, uau, fotógrafos.
E aqui estou eu, pelo amor de Deus, fazendo registro e tal. Agora que estou me colocando nesse lugar, é 2025, né? Comecei mesmo a faculdade em 2014. Já são 11 anos que eu fotografo — ou pelo menos digo que fotografo, porque ainda não considero profissional quando eu registrava minha família. Não era uma profissão, só uma coisa que eu gostava. Não tenho a cara de dizer “fotografo há 20 anos” ou “há 15 anos”. Estou aí agora.
E o que é ser fotógrafa? Acho que é, praticamente, um contador de histórias. A galera que escreve faz o texto para as pessoas lerem. Cada um vai ler de acordo com sua trajetória, seu conhecimento.
Se eu colocar uma pedra assim, é uma pedra bonita para mim; para outro, é a pedra que jogaram em Jesus; para outro, é a pedra que cortou o dedo. A gente faz texto o tempo inteiro, mas em forma imagética.
Não tenho pesar em dizer que é muito difícil. Toda profissão tem suas dificuldades. Não acho que seja muito leve também, mas vai de você entender que isso aqui é um trabalho. Por mais que você ame, continua sendo trabalho.
Ultimamente, tenho consciência de que escolhi o mercado. Então, algumas coisas eu não sei o que fazer, mas como escolhi, ainda assim é gratificante. Porque você poderia enfrentar desafios num emprego que não gosta — e isso teria outro peso.
CHL: Você disse que todo olhar tem uma intenção. E falou que é contar histórias. Que histórias você gosta de contar? Com que intenção você as conta?
Mayara Varalho: Eu acho que, mais uma vez, como escolhi o mercado, primeiro, antes de qualquer coisa, eu vou contar a história que o interessado quer. Você trabalha com ar-condicionado? Isso quer dizer que você criou sua família com ar-condicionado, que você tem sua família com ar-condicionado — é a história que eu vou contar. Mas as histórias que eu escolho contar, para além do mercado, são histórias de felicidade.
Acho que estou entendendo isso agora. Participei de uma curadoria recentemente, e meu maior embate era: não ter filme de violência de jeito nenhum. Ah, mas violência psicológica é verossímil. Não quero ver. Não quero ver. Sei lá, tem muita coisa que não quero mostrar.Por exemplo, eu vi Guerreiros do Sol, mas pra mim foi... ah, entendi que era super violento, mas não critiquei nunca.
Acho que a gente escolhe o que vê. Você não precisa parar de fazer isso; eu estou falando das minhas escolhas — e essa é a minha.
Tenho tido o privilégio de trabalhar com movimento social. Presto serviço para uma ONG e sempre escolho mostrar mulheres negras em comunhão, felizes.
Quando há um momento mais sensível, em que a pessoa se emociona, antigamente eu filmava bem de perto, ia em cima. Hoje, baixo a câmera. Não faço mais assim. É uma consciência recente.
Não é sobre perfeição, mas sobre construir ao longo da vida. E acho que a gente precisa usar o audiovisual. Mesmo que não seja ficção — ainda não, quem sabe um dia.
Acho importante mostrar que a gente é feliz. Isso é o que posso fazer nas minhas produções. Não de forma positivamente tóxica, mas mostrando comunhão.
Tenho essa percepção agora porque estou com um material que nunca terminei de montar. É um filme. Eu tinha um olhar muito... sei lá, progressista que olha para a pobreza tipo: “ai, tadinha.”
Nunca foi isso. Minha família sempre foi feliz, mesmo sem grandes condições. Minha avó é super feliz. Então, é essa a história que eu quero contar.
Mayara Varalho: É isso que eu gosto de fazer. Eu lembro que li uma vez que, no Uruguai, quando eles foram fazer a legalização, pararam de transmitir notícias violentas na televisão. E isso ajudou a galera lá de alguma forma, para legalizar. É como se você parasse de macetar aquilo.
Não estou dizendo que não falar sobre os problemas faz com que eles deixem de existir. Tipo, “não fale do racismo e o racismo acaba”. Não, a gente precisa falar sobre, precisa de política pública, precisa de educação.
Mas estou falando das pequenas coisas que podemos fazer para mostrar a beleza da vida, o gostosinho da vida.
CHL: Quais são os seus projetos atuais? O que você tem feito?
Mayara Varalho: Ai, nossa, estou em um encerramento de ciclos de alguns projetos grandes.
Tenho meu escritório, que é meu estúdio, e lá atendo fotografia mesmo. Durante a universidade, eu pensava: “não vou fazer isso”. Mas depois que comecei, percebi que preciso disso. Não consigo ficar sem o escritório, ter esse espaço para criar.
Crio menos do que gostaria, por causa do tempo. Mais uma vez, escolhi o mercado, e isso toma tempo. Também estou envolvida em um documentário, mas não posso dar detalhes por questões contratuais. Mas estou fazendo still, estou tirando foto, fazendo ensaio no estúdio e... estou fazendo operação de câmera.
CHL: O que você diria para os novos, esses meninos e meninas que estão entrando agora no curso de Cinema e Audiovisual da UEG? O que você falaria e que gostaria de ter escutado?
Mayara Varalho: O que eu gostaria de ter escutado é... calma, “fia”. Calma, calma! Tem muita coisa para a gente entender, para não atropelar os processos e depois ter que voltar e refazer com o rabinho entre as pernas. Calma. A gente tem um curso muito grande, com muitas áreas, e dá para experimentar tudo dentro da UEG. Do curso, tá gente? Não estou falando de nada fora da universidade.
Vai trabalhando aos pouquinhos, erra mesmo, monta, traz de volta para a universidade, aproveita os equipamentos que a universidade te dá. Aprende a fazer as coisas com aquilo que você tem. Não é uma câmera de 10 mil que vai te dar um bom resultado.
Você que vai se dar um bom resultado com um equipamento mais barato, mas aprende primeiro a usar o mais barato. Às vezes você maneja melhor o mais barato, então não adianta. Vai com calma, tudo vai dar certo.
Mas tem que se dedicar. Estou falando de dedicação porque vivemos numa volatilidade imensa com as redes sociais. Talvez seja algo geracional, tipo: “ai, eu tenho que fazer logo”.
Eu fiz um projeto com o professor Rafael de Almeida, no Entre-Imagens, e percebi um pouco dessa ansiedade.
E aí percebi a ansiedade de “preciso ganhar dinheiro logo”. Eu sei que você precisa ganhar dinheiro, sei que tudo está mais caro. Antigamente, minha bolsa era R$ 400,00 reais e eu comia tranquilo. Hoje não se sustenta.
Mas, realmente, tudo é um caminho. Parece coisa para a vida, mas no audiovisual é isso mesmo. Para você depois não ficar com o gostinho de “eu queria ter experimentado direção de arte, mas fui tão afoito para fotografia, para roteiro, que não experimentei”. A UEG está aí para isso: para experimentar. Usa os professores, eles têm muita coisa boa para oferecer.
SOBRE O PROJETO "CINEMAS, HISTÓRIAS E LARANJEIRAS"
Em 2026, o curso de Bacharelado em Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás vai comemorar 20 anos de vida. Jovem, mas já repleto de histórias, ele representa um marco significativo no contexto audiovisual do Estado, tanto em sua dimensão de pesquisa acadêmica quanto, e principalmente, na formação de profissionais de excelência que atuam no cenário local, nacional e internacional. A partir do curso, centenas de pessoas têm se dedicado a produzir cinema com gosto, cheiro e cor de Goiás, difundindo nossa cultura e sotaque através da mágica cinematográfica.
Para celebrar as conquistas e comemorar as duas décadas do curso, o CriaLab|UEG está realizando o projeto Cinema, Histórias e Laranjeiras. Até 2026, ele se propõe a colher depoimentos de egressos e egressas de destaque e de pessoas que ajudaram a construir o curso, e apresentá-los na forma de entrevistas que serão publicadas nos sites institucionais da UEG, e, ao final, reunidas em um e-book. Além disso, em 2026, o Projeto irá realizar o plantio de um pomar de laranjeiras na Unidade Universitária Goiânia-Laranjeiras com uma árvore dedicada a cada turma.