Dando continuidade ao ciclo de ações formativas iniciado em 2024, o Entre-imagens – Laboratório Experimental de Cinema e Arte, vinculado ao curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Estadual de Goiás (UEG), realiza o encontro “Imagens em Trânsito #03”, em colaboração com o projeto Anarquivo – Fórum Impermanente de Experimentação em Audiovisual e Outras Artes, organizado por Juliana Cajives e Marcelo Ribeiro, ligado ao grupo de pesquisa (an)arqueologias do sensível, da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento será no dia 16 de agosto, a partir das 9h, na Vila Cultural Cora Coralina, em Goiânia.
Com o tema “Anarquivo: direitos reprodutivos e o anarquivamento da maternidade nas artes”, esta edição reúne práticas artísticas, pensamento crítico e debate sobre direitos reprodutivos, por meio de curadoria de filmes e da proposta estética e política do Anarquivo. O evento integra a sessão de lançamento do livro História a que ninguém deu nome, de Juliana Cajives, à projeção de obras audiovisuais e a um debate com os organizadores, propondo uma reflexão poética sobre o anarquivamento da maternidade e outras formas de ruptura nos modos tradicionais de narrar a história. O “Imagens em Trânsito” é um ciclo que busca promover encontros entre estudantes, pesquisadores, artistas e profissionais das áreas de cinema e artes visuais. Com foco na formação interdisciplinar e colaborativa, o projeto fomenta o compartilhamento de experiências, o fortalecimento de redes e a experimentação estética como forma de intervir criticamente no mundo contemporâneo.
A relevância da iniciativa está em sua capacidade de atuar como catalisadora de saberes e práticas artísticas, conectando territórios, temporalidades e sujeitos diversos. Em um contexto de intensas transformações nas formas de produzir, circular e consumir imagens, iniciativas como o Imagens em Trânsito tornam-se espaços estratégicos para a disseminação cultural e o exercício de um pensamento visual plural, sensível e político.
A iniciativa se destaca por conectar saberes, práticas artísticas, territórios, temporalidades e sujeitos diversos. Em um cenário de rápidas mudanças na produção e circulação de imagens, o “Imagens em Trânsito” torna-se um espaço estratégico para difusão cultural e para o exercício de um pensamento visual plural e político.
Programação
A programação inclui a projeção de filmes, seguida de um debate com Juliana Cajives e Marcelo Ribeiro, no qual os organizadores do Anarquivo discutirão direitos reprodutivos, políticas do sensível e o anarquivamento da maternidade como experiência estética e política. O encontro será encerrado com uma sessão de autógrafos do livro “História a que ninguém deu nome”, oportunidade para o público conversar com a autora e adquirir exemplares da publicação.
Sobre o Anarquivo
O Anarquivo propõe sobreposições e infiltrações entre obras de diferentes linguagens artísticas com o objetivo de deslocar a linearidade temporal posta como ideia conclusa de um historicismo da humanidade. Funciona como um fórum impermanente que tensiona o arquivo como prática criativa e reativa no audiovisual e em outras artes.
História a que ninguém deu nome
Escrito e ilustrado por Juliana Cajives, o livro mergulha nos atravessamentos entre corpo, tempo e linguagem, elaborando um gesto de resistência íntima e política diante das narrativas hegemônicas sobre a maternidade, o silêncio e o esquecimento.
Sobre os convidados
Marcelo Ribeiro
Entropólogo da “disseminação de mundos”, em suas tentativas de elaborar um atlas de “cosmopoéticas”, Marcelo R. S. Ribeiro é professor de cinema-delírio, em busca da descolonização da história do cinema. Desde 2017, leciona História e Teorias do Cinema e do Audiovisual na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia, sendo docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas desde 2021. Entre 2023 e 2026, seu principal projeto de pesquisa envolve as emergências dos cinemas africanos (1950–1980). Foi professor e pesquisador visitante no PPG em Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (ago/2024–jan/2025), com estudo sobre o filme 25 (José Celso Martinez Corrêa e Celso Luccas, 1977), e pesquisador visitante na Indiana University Bloomington (fev–jul/2025), com bolsa de Pós-Doutorado no Exterior do CNPq, pesquisando nos arquivos de Ousmane Sembène e Paulin Soumanou Vieyra.
Autor de Do inimaginável (Editora UFG, 2019), além de capítulos e artigos sobre imagem, história e direitos humanos, cinemas africanos, arquivo e descolonização, escreve no site incinerrante.com e coordena o grupo (an)arqueologias do sensível. Doutor em Arte e Cultura Visual (UFG, 2016), mestre em Antropologia Social (UFSC, 2008) e bacharel em Ciências Sociais com habilitação em Antropologia (UnB, 2005), também atua como crítico, programador e curador de mostras e festivais. Seus principais interesses incluem Cinema, Comunicação, Literatura Comparada, Antropologia, Artes e Cultura Visual.
Juliana Cajives
Juliana é editora na Mormaço Editorial e editora-chefe na Revista Mormaço. Como escritora, lançou o livro História a que ninguém deu nome e foi residente premiada da residência artística The Hundredth Hill (Bloomington, Indiana, EUA), na edição Deep Winter, e já publicou prosa e poesia em diversos canais digitais e impressos de literatura independente, como a coletânea Sobre gostar menos, pela editora Nega Lilu. No audiovisual, é diretora do filme “Beldade” e passou por diferentes funções em outras produções, além de atuar como curadora e organizadora em cineclubes e mostras, como o Cineclube DelAção. Como artista visual, ilustrou seu livro, expôs trabalhos de desenho no MAM (BA) e participou de atividades coletivas de artes têxteis no MAC (BA), além de realizar trabalhos como designer. É produtora cultural e curadora, membro da cátedra de Políticas Culturais da Unesco, pela Fundação Casa Rui Barbosa, integrante do coletivo Caos — cinema, antropologia e observação social e do grupo (An)arqueologias do Sensível, onde organizou os Encontros dramáticos anarqueológicos — leituras coletivas de textos dramatúrgicos. Esteve na produção de atividades culturais, como exibições de filmes, participação no cineclube Cinemata e na Mostra de Cinema e Direitos Humanos. Atualmente, coordena, junto com Marcelo Ribeiro, o projeto Anarquivo — Fórum Impermanente de experimentação em audiovisual e outras artes e produz as peças de design gráfico da identidade visual do grupo.
Serviço - “Imagens em Trânsito #03” | “Anarquivo: Direitos reprodutivos e o anarquivamento da maternidade nas artes”
Data: 16/8/2025
Horário: 9h
Local: Vila Cultural Cora Coralina, Goiânia – GO
Entrada: gratuita
(Comunicação Setorial|UEG)