É notório que as atividades aquáticas trazem muitos benefícios aos seus praticantes, como o desenvolvimento das habilidades motoras, respiração, fortalecimento dos músculos, melhora na flexibilidade e combate ao estresse, entre outras vantagens. Entretanto, ainda são escassos os espaços - academias, escolas de natação, centros aquáticos - que possuem estrutura e profissionais preparados para atender as pessoas com deficiência (PcD's).
Tendo em vista essa demanda social e como forma contribuir com a acessibilidade de PcD’s a essa prática esportiva, a Universidade Estadual de Goiás criou Núcleo de Estudos Avançados em Atividades Aquáticas (Neaaa|UEG), onde os acadêmicos de Educação Física da Universidade, que em breve estarão atuando no mercado, realizam pesquisas e discutem a prática de natação para crianças autistas.
De acordo com o professor Renato Coelho, coordenador das atividades do Núcleo, o Neaaa foi criado em 2023 para proporcionar uma base teórica mais sólida para os alunos da graduação poderem atuar nas aulas de natação junto à extensão. "Antes ficava apenas no saber-fazer, mas hoje já existe um referencial teórico que direciona as práticas pedagógicas”, afirma.
Os encontros do Núcleo acontecem no Centro de Excelência do Esporte, complexo que também abriga a Eseffego|UEG, o Ginásio Rio Vermelho, o Estádio Olímpico e o Parque Aquático. As reuniões promovem debates e discussões de livros e artigos, além de pesquisas e práticas de atividades nas piscinas do Parque Aquático.
Parceria com outros projeto para atividades práticas
Parte das atividades do Neaaa|UEG são realizadas em parceria com o projeto de extensão Nada Mais: Natação para Todos, onde crianças autistas, gestantes e o público em geral são atendidos com aulas que acontecem no período matutino e vespertino.
O Labbrinc, outra ação extensionista que também converge para o ensino e atividades físicas para crianças, visa oferecer a formação continuada de professores da rede pública de ensino, por meio de estudos sistematizados e pautados na Teoria Histórico-Cultural de Lev Vigotski. "A relevância desse projeto está no preenchimento de uma grande lacuna existente na formação docente em educação física no que tange ao universo da educação infantil sob o olhar das teorias vigotskianas”, pontua o prof. Renato.
"Esse projeto demonstra que o bom ensino das práticas corporais aquáticas é aquele no qual a aprendizagem guia o desenvolvimento e é capaz de criar instrumentos pedagógicos eficazes, capazes de tornar possível a inclusão de crianças autistas dentro das aulas de natação”, completa.
As inscrições para participação tanto do Núcleo de Estudos quanto das atividades aquáticas para crianças autistas e o público em geral em 2024 começam em fevereiro.
Na página labbrincvigotski.blogspot.com é possível encontrar informações sobre os projetos e sugestões de leituras para estudiosos e pesquisadores que desejem saber mais sobre o tema.
(Comunicação Setorial|UEG, com informações da PRE)