O professor João Roberto Resende Ferreira e seu orientando Antônio Marcos Bonfim, do Mestrado Profissional em Ensino de Ciências (PPEC) da Universidade Estadual de Goiás (UEG), participaram, no dia 17 de dezembro, do 2º Encontro de Ciências e Saberes do Quilombo Mesquita, na Cidade Ocidental, no entorno do Distrito Federal.
O evento foi organizado pelas lideranças quilombolas, Flávia Costa e Silva, Sandra Braga, Manoel Alves dentre outros. O professor orienta pesquisa no quilombo Mesquita acerca do ensino de ciências para os alunos de comunidades quilombolas, em andamento desde o início de 2023 e com previsão de termino em maio de 2024.
O debate no encontro foi organizado em três eixos: Território e Identidade; Educação e Cultura e Saúde e Meio Ambiente. No que se refere ao eixo de Educação e Cultura, o professor destacou que os pontos principais para os quilombolas estão centrados na luta por uma educação de qualidade, defesa de suas culturas e do território, bem como, a organização política de resistência contra a invasão de especuladores imobiliários e do agronegócio.
De acordo com os resultados parciais da pesquisa, a maior dificuldade da escola quilombola está em fazer cumprir a Lei n. 10.639/2003 que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação lei 9.394/1996, incluindo no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da presença da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana”.
Para o professor João Roberto, o não cumprimento da lei é um atraso. "Fere os princípios democráticos, desconsidera as lutas dos movimentos sociais em especial o movimento negro, negando a participação deles na construção do país nas áreas econômicas, política e perpetua a anulação da história e cultura desse povo", disse.