Mestranda em Geografia pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), no Câmpus Cora Coralina, na cidade de Goiás, a arquiteta e urbanista Jaquelinne Neves de Oliveira defendeu na última sexta-feira, 17, sua dissertação "Urbanização e vulnerabilidade social: a evolução da população em situação de rua nos municípios goianos entre 2012 e 2021".
A pesquisa da estudante revelou que em Goiás, em 10 anos, houve um aumento significativo de pessoas em situação de rua, com crescimento também no número de municípios. O salto foi de 62 para 2.299 famílias. Antes eram 17 municípios que abrigavam pessoas nessa situação e agora são 118 cidades do estado. Esses números, de acordo com a mestranda, podem estar subestimados. "Nem todas as pessoas são cadastradas nos sistemas oficiais", explica. Jaquelinne diz que no futuro pretende ampliar a pesquisa indo a campo para verificar a real situação do estado.
Orientada pela professora Tathiana Rodrigues Salgado, a mestranda se baseou nos dados obtidos junto ao Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). Como arquiteta, Jaquelinne diz que sempre observou a paisagem urbana e daí surgiu a ideia de estudar a vulnerabilidade social em seu mestrado. Em Goiás, a estudante diz que essa vulnerabildiade acontece com maior frequência nos maiores municípios. "Mesmo apresentando um grande desenvolvimento econômico, o número de moradores de rua não diminuiu em Goiás", atesta. A pandemia, segundo Jaquelinne, também contribuiu para o crescimento do número de pessoas em situação de rua, refletido pelo aumento da cesta básica e do aluguel.
Para tentar minimizar a situação, o Governo Federal, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, publicou no Diário Oficial da União, na última quinta-feira, 16, um dia antes da defesa da dissertação de Jaquelinne, as novas regras para atendimento às pessoas em situação de rua no país. A estimativa é que existam aproximadamente 237 mil pessoas vivendo nas ruas no Brasil.
Trajetória
(Comunicação Setorial|UEG, com foto de O Popular)