Servidores técnico-administrativos da Unidade Universitária de Santa Helena de Goiás da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em parceria com o Colégio Tecnológico Luiz Humberto de Menezes, promoveram na última sexta feira, 18, um bate papo cultural com o tema "Falas negras: a potência e a importância", no âmbito da ação "Novembro negro - Respeitar é preciso".
O evento, coordenado pela servidora Luciana Santos, teve como propósito trazer para o espaço de ensino o debate e a reflexão sobre práticas antirracistas e evidenciar as lutas históricas da nossa sociedade.
O bate papo, que teve como público-alvo estudantes de ensino médio, contou com as participações da profa. Dra. Luana Cristina, docente do curso de História do Câmpus Quirinópolis; Higo Gabriel, ex-servidor da UEG e mestrando em Educação na UnU Inhumas; e Keila Meireles, ex-servidora da UEG. A mediação ficou por conta do professor Humberto Adriano, egresso da UnU Santa Helena, que atua na educação básica e fundamental do município.
O evento contou ainda com uma apresentação cultural do Grupo Unção & Arte com a peça "Negro sou" e com um desfile de Moda Afro.
Compareceram na ocasião aproximadamente 200 pessoas entre membros da comunidade acadêmica interna, pessoas da comunidade externa, alunos do ensino médio dos colégios estaduais do município, professores da Rede Estadual e a representação da Coordenação Regional de Educação de Santa Helena de Goiás.
Depoimentos dos participantes:
Raele Francisca dos Santos, estudante do 9º período do curso de Administração da UEG de Santa Helena, foi uma das modelos a desfilar no evento. Raele se diz feliz por ter participado da ação. "Foi maravilhoso, espetacular! Sinto muito orgulho de fazer parte de uma universidade que nos permite ocupar estes espaços!", destaca a aluna.
A profa. Dra. Luana Cristina diz que falar sobre racismo e decolonialidade durante o evento permitiu trazer uma breve contextualização histórica sobre o conceito de raça e como as teorias racistas se incorporaram ao cotidiano das populações para um público heterogêneo, com professores, alunos e acadêmicos. "Especialmente no Brasil, o racismo é datado e estruturante, sobrevivendo no apagamento das verdades sobre a contribuição dos descendentes africanos no desenvolvimento dos grandes avanços da humanidade, seja do ponto de vista humano ou tecnológico. Ao fim, foi possível apresentar que não basta combater o racismo, é preciso criar uma cultura de reconhecimento e valorização mútua entre as diferenças e peculiaridades étnicas que formam o povo brasileiro, por isso, espaços e momentos como o promovido pela UnU Santa Helena são tão importantes e devem ser estendidos para além das datas comemorativas", ressalta a professora.
Higo Gabriel também acredita que as ações devem se estender além das datas comemorativas. Segundo ele, o debate nunca será suficiente até que a sociedade seja menos desigual. "Pessoas negras são obrigadas a lutar todos os dias, recomeçar no dia seguinte e no outro, precisamos nos colocar em constante vigilância e entender que a luta antirracista não é perder espaço, mas ampliar para que possamos viver em uma sociedade sem dominação ideológica pautada pela condição racial", reitera.
(Comunicação Setorial|UEG)