Bacharel em Química Industrial e mestre em Ciências Moleculares pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), o professor Thiago Ribeiro acaba de concluir o doutorado na Universidade Federal de Goiás (UFG), onde trabalhou com tratamento de efluentes industriais e produção de hidrogênio por meio de processos com água em condição supercrítica.
No mês em que a UEG completa 22 anos, Thiago reforça o papel fundamental que a Universidade teve na sua vida. "Dizer que a UEG não é o destino e sim o ponto de partida é uma tentativa de expressar em palavras o que ela faz por seus alunos. Ali tive a oportunidade de abrir minha mente para um universo de possibilidades e fui devidamente capacitado para isso por professores de uma competência técnica indiscutível", salienta.
Nesta entrevista, o professor fala sobre o início no curso de Química Industrial e sobre os desdobramentos da sua formação e profissão.
Entrevista – Professor Thiago Ribeiro
Comunicação Setorial – O que te levou a escolher Química Industrial?
Thiago – Na época procurei um curso que conseguisse me garantir o ingresso rápido no mercado de trabalho. Como temos o Distrito Agroindustrial, em Anápolis, o curso de Química Industrial ofertado no Câmpus Central foi o que mais se encaixou nessa perspectiva. Entrei em 2006/2 e terminei em 2009/2. Pode parecer estranho, pois o curso tem 4 anos, mas fui tão "apressado" que fui o primeiro aluno do Câmpus na época a concluir com três anos e meio. Não sei se hoje ainda é possível.
Comunicação Setorial – Quando concluiu o curso, conseguiu espaço no mercado de trabalho?
Thiago – Trabalhei em algumas indústrias e depois ingressei na carreira docente. Tive a honra de ministrar aulas relacionadas ao núcleo tecnológico do curso de Química Industrial por cinco anos na UEG – entre 2014 e 2019 -, dividindo "quadro e giz" com aqueles que outrora foram meus mestres. Poder contribuir com a formação de alunos no mesmo local onde fui formado foi uma das experiências mais gratificantes da minha carreira profissional, o que carrego com muito carinho!
Comunicação Setorial – O que te fez deixar a indústria para ser professor?
Thiago – Sempre amei a possibilidade da docência. Na minha graduação tive excelentes professores e que tenho inclusive uma grande admiração até hoje. Porém tive poucos professores com experiência na indústria. Queria ser esse tipo de professor, contribuindo de forma prática com o aprendizado dos alunos.
Comunicação Setorial – Ao decidir se dedicar à carreira de docente, quais especializações fez?
Thiago – Fiz mestrado e doutorado. Na carreira docente é extremamente importante a capacitação e qualificação.
Comunicação Setorial – Em quais linhas de pesquisa atuou durante esses programas de pós-graduação stricto sensu?
Thiago – Meu mestrado foi, inclusive, feito na UEG também. Na época trabalhei com o prof. Dr. Olacir Alves Araújo sobre Fotodegradação de contaminantes orgânicos. Já o doutorado fiz na UFG e conclui esse ano (2021). Lá, trabalhei com tratamento de efluentes industriais e produção de hidrogênio por meio de processos com água em condição supercrítica.
Comunicação Setorial – Como a Química Industrial impacta na vida das pessoas no dia a dia?
Thiago – Desafio o leitor a olhar ao seu redor e não encontrar algo que não teve a atuação de um químico. Tudo é química. Ela está desde o cafezinho que tomamos todos os dias até a construção de equipamentos eletrônicos que utilizamos em nossos trabalhos. A química permeia em tudo o que fazemos no dia a dia. Estamos falando de uma das profissões mais fundamentais para a sociedade.
Comunicação Setorial – Qual a importância do Curso de Química Industrial para o parque industrial goiano e brasileiro?
Thiago – Estamos situados em um dos maiores parques farmoquímicos da América Latina. Logo, o Químico Industrial atua em praticamente todas as indústrias do Daia. Seja na gestão ambiental, na documentação, na gestão dos processos, no controle de qualidade, no desenvolvimento dos produtos e dos métodos analíticos, o químico se destaca como peça fundamental das empresas aqui situadas. Esse cenário se repete em todo o Brasil, se tornando uma profissão com inúmeras possibilidades de atuação sendo essa versatilidade uma de nossas características profissionais mais marcantes.
Comunicação Setorial – Atualmente, onde atua profissionalmente?
Thiago – Hoje sou proprietário da Científica Educacional, atual presidente da Associação Brasileira de Química - Seção Regional de Goiás (ABQ/GO), leciono em cursos de graduação e pós-graduação em faculdades e atuo como consultor nas áreas de meio ambiente e energias renováveis na região.
Comunicação Setorial – Com essa bagagem, quando você olha lá para o passado, para a Graduação, o que mais lembra?
Thiago – Tudo isso só foi possível por tudo o que meus queridos professores fizeram por mim, marcando positivamente minha jornada, com destaque para a professora Carolina Goetz (minha orientadora de TCC), professor Olacir Araújo (orientador de mestrado) e aqueles que ensinaram que a sala de aula vai muito além da formação profissional e que também me serviram de exemplo: professores Guilherme Roberto, Heibbe Christian, José Divino, Nelcina, Lauro Coelho, Orlene Costa, Lilian, Ademir, saudoso professor Sueoka (In memoriam), dentre tantos outros.
Com a liberdade de extrapolar todos os clichês possíveis, resumo toda minha história com a UEG na palavra "gratidão". Pois esse é o sentimento que todo aluno que por ali passa deveria ter.
(Dirceu Pinheiro|Comunicação Setorial|UEG)