A Universidade Federal de Goiás (UFG) foi a única instituição de ensino superior do Estado a figurar entre as 100 no ranking das que mais aprovaram no último Exame de Ordem Unificado realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os resultados finais da seleção serão divulgados no próximo dia 4 de outubro, mas dados preliminares apontados pelo portal iG já antecipam que nesta edição o índice geral de aprovação em todo o País foi de menos de 15%.
Dos 121.309 inscritos no Exame de Ordem, 14,83% conseguiram aprovação. Esse porcentual pode ser um pouco diferente, pois ainda não se levou em consideração os recursos apresentados pelos bacharéis em Direito contra as correções das provas. Apesar disso, o que se percebe é que o índice, apesar de pequeno, ainda é um pouco melhor do que o registrado na edição passada da seleção, que bateu recorde em reprovação: 90,26%.
Dos 46 estudantes da UFG inscritos no Exame de Ordem, 25 estão aptos para exercerem a advocacia, o que representa 54.35% de êxito. O porcentual coloca a UFG na 12ª colocação. A líder em aprovação foi a Universidade Federal de Sergipe - UFS (69,44%), que superou a Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (64,71%) e Universidade de São Paulo - USP (63,76%) que ficaram em segundo e terceiro lugares, respectivamente.
A estudante Erika Barbosa Gomes é uma das alunas da UFG aprovadas na prova da OAB. Ela conta que recebeu média geral de 9,75. "O resultado foi obtido com muito esforço", afirma, garantindo que, após a publicação do edital do exame, passou a estudar 10 horas diárias. "Cheguei a cronometrar o tempo para conseguir me policiar e estudar o quanto achava que era necessário para ter sucesso", diz a estudante.
Além do esforço de cada estudante, o diretor da Faculdade de Direito da UFG, professor Cleuler Barbosa das Neves, considera que o êxito da instituição no exame deve-se a tradição da universidade, que tem 113 anos de história. "Como referência no Centro-Oeste, a UFG tem hoje um vestibular muito concorrido, que permite a ela selecionar os melhores candidatos para estudar na instituição", pondera.
Segundo Cleuler, o quadro de docentes da UFG também contribui muito para o sucesso do ensino oferecido. Dos 40 professores da faculdade, 20 são doutores, 18 são mestres e apenas dois são especialistas. "A formação dos professores não significa sempre que o profissional é bom para ensinar, mas se ele tem bagagem, certamente, terá mais êxito no seu trabalho."
A exemplo da UFG, as instituições públicas são maioria absoluta entre as que mais aprovaram na prova obrigatória da OAB para quem deseja obter o registro profissional de advogado.
Particulares
Instituições particulares tradicionais que estavam no topo das 50 que aprovaram na última edição (contando os estudantes), como a Universidade Presbiteriana Mackenzie, as Escolas de Direito da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e as PUCs de São Paulo e Rio de Janeiro tiveram menos de um terço dos bacharéis inscritos aprovados. As instituições de ensino privadas de Goiás também não tiveram muito êxito nesta edição das provas da Ordem, que foram aplicadas pela Fundação Getúlio Vargas.
A Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Goiás, por exemplo, aparece na 189ª colocação entre as que mais aprovaram. Em nota, a assessoria de comunicação social da instituição afirmou que "não houve tempo para uma análise criteriosa" dos números do último exame. "Mas a PUC Goiás tem um outro olhar sobre essa classificação, pois foi a universidade que teve maior número de aprovados em Goiás", diz. Dos 806 alunos inscritos, 129 foram tiveram sucesso.
Ainda conforme a nota, entre os cursos de Direito avaliados no Brasil, a PUC está entre os 20% melhores. "Quando se destaca somente o índice de aprovação, esses fatos ficam omitidos, devido ao grande número de alunos de Direito da instituição. No entanto, com o índice de 16%, a PUC Goiás está acima da média de aprovação nacional, que é de 14,83%."