O segundo dia do Festival do Cerrado da Universidade Estadual de Goiás (UEG) contou com palestra sobre medicina popular, saberes e etnofarmacologia, com apresentação do projeto “Condefé tem cagaita e gabiroba no Cerrado”. A iniciativa tem como objetivo contribuir para o extrativismo sustentável desses frutos no Vale do São Patrício, em Goianésia (GO), gerando renda para agricultores familiares da região.
Além disso, foram realizadas mostras de filmes, oficinas e rodas de conversa sobre turismo, patrimônio, religiosidades e a cooperação em torno de estudos socioambientais sobre o bioma.
O festival, realizado na Unidade Universitária de Pirenópolis, termina na sexta-feira, dia 5. Neste último dia, estão sendo realizados debates sobre os impactos ambientais e disputas espaciais no Cerrado, apresentações de trabalho, além da mesa-redonda com o tema “Mulheres cerradeiras em territórios plurais: camponesas, indígenas e quilombolas”. A programação inclui também oficinas de compostagem doméstica simplificada em baldes e sobre a cozinha goiana, com destaque para a tradicional galinhada.
Já a mesa de encerramento, “Por uma abordagem territorial das águas do Cerrado: economia, cultura e a onda devastadora”, será conduzida pelos professores Ricardo Junior de Assis Fernandes Gonçalves, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UEG; Romualdo Pessoa Campos Filho (UFG) e Dimas Moraes Peixinho (UFJ).
Com o tema “Águas, culturas e saberes do Cerrado”, o festival é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Territórios e Expressões Culturais do Cerrado (Teccer|UEG), com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), por meio do Programa de Apoio a Eventos no País (Paep 2025). O evento reúne pesquisadores, comunidades tradicionais, sociedade civil e público em geral para discutir o território, suas expressões culturais, a importância da biodiversidade e da sociodiversidade do bioma.
Segundo dia destaca projeto “Condefé tem cagaita e gabiroba no Cerrado”
As professoras Joelma Abadia Marciano de Paula, coordenadora do projeto, e Josana de Castro Peixoto, pesquisadora do Teccer|UEG e colaboradora da iniciativa, integraram uma mesa-redonda “Cerrado - medicina popular, saberes e etnofarmacologia”, apresentando o andamento das ações e as etapas já concluídas do projeto. A atividade contou ainda com a participação da professora Maria das Graças Lins Brandão (UFMG), referência nacional em etnofarmacologia e estudos historiográficos sobre plantas medicinais. Houve ainda as presenças da pesquisadora Fernanda Kalina da Silva Monteiro e da profa. Poliene Bicalho, responsável pela mediação.
Além do debate, o "Condefé" realizou uma exposição fotográfica sobre as expedições já realizadas ao Vale do São Patrício, aproximando o público dos resultados alcançados. A mostra contou com a colaboração dos doutorandos Danielle Gonçalves Teixeira dos Santos e Leonardo Gomes Costa, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado (Renac|UEG), e dos pós-doutorandos Anielly Monteiro de Melo e Fernando Gomes Barbosa, também vinculados ao Renac.
Durante a programação, foi apresentado ainda o Coletivo de Mulheres Cientistas em Rede, coordenado pela professora da UEG Andreia Juliana Caldeira. A iniciativa dialoga diretamente com as ações do projeto "Condefé" e amplia as conexões em defesa do Cerrado, da popularização científica e equidade de gênero na Ciência.
Mostra e oficinas
Entre outras atividades, a programação do segundo dia contou com mostra de filmes e curtas, organizada pelos professores Georgia Cynara e Rafael de Almeida, do curso de Cinema e Audiovisual da UnU Laranjeiras e do Teccer|UEG. Além disso, foram realizadas oficinas sobre saúde e bem-estar da mulher; flores e quitandas do Cerrado; turismo; patrimônio e religiosidades em Goiás e Tocantins.
Destaque ainda para a roda de conversa sobre cooperação acadêmica para estudos ambientais do Cerrado, que contou com a participação dos professores e pesquisadores Antonio Cezar Leal, Francisco Itami Campos, José Luiz de Andrade Franco, Marcelo Ximenes Aguiar e Bizerril Sandro Dutra e Silva, com mediação da profa. Josana de Castro Peixoto.
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(Comunicação Setorial|UEG)