Os saberes e sabores que são patrimônios culturais foram experienciados na Aula Campo da Disciplina História do Brasil e Patrimônio, sob a coordenação do Prof. Dr. Valtuir Moreira da Silva e Prof. Dr. Rildo Bento de Souza, acontecido neste dia 14 de novembro de 2025. Uma atividade que movimentou professores(as) e alunos(as) Programa de Mestrado em Estudos Culturais, Memória e Patrimônio (PROMEP), da Universidade Estadual de Goiás, Câmpus Cora Coralina.
Estudar os movimentos sociais no Brasil, em especial os camponeses, é uma tarefa importante e que precisa ser compreendido como parte de pensar a história e o patrimônio a contrapelo, como nos ensina Walter Benjamin (1997). O olhar a contrapelo se fez na ambiência do cerrado e sua diversidade, nos trieiros, nas casas dos assentados, nas sabedorias dos quintais, ancestralidade dessas mulheres e homens. Coletivo “Mulheres Margaridas do Cerrado” que ecoou os seus ensinamentos. Outros camponeses puderam falar, como os diretores da Cooperativa de Agricultura Familiar de Itapuranga (Cooperafi), com Ilmon José de Queiroz, Odean Garcia e Janete Sousa da Silva.
Compreendemos que a relação da luta com a terra repartida é intensa. Sensibilidade que se faz produzindo alimentos, sabores, saberes e sociabilidades para o grupo e os outros (alteridade). Certeza tivemos de que é um patrimônio vivo e que não estático, parado no tempo e espaço. O patrimônio material e imaterial daquela territorialidade está em todos os lugares: no espaço acampado, na entrada para terra, nas moradias, na luta social e política, tudo se tornando um varal que vai se constituindo com os seus vários signos. Como não celebrar e estudar o Curral de Pedras – com cerca de 450 metros cortando o cerrado. Esforço dos humanos, passado longínquo.
A História do Brasil e o Patrimônio são vivos e com um sentido humano. É uma marcha que se faz com a produção desse conjunto patrimonial, refazendo relação com os nossos pensares, ajudando no entendimento e estudos decoloniais desse passado que se fez resistência com um “passado cheio de agoras”.
Agradecer aos alunos(as) que colocaram os pés no chão e enfrentaram o calor. Valeu pelo nosso esforço. Foram muitos momentos de escutas e aprendizados compartilhados, inclusive conseguindo ouvir a sabedoria da natureza do cerrado que falou muito. Grato aos professores(as) e parceiros do Promep: Dr. Alison Carlos Filgueiras, Dra. Janete Rego Silva, Dra. Keley Cristina Carneiro e Dr. Lucas Pires Ribeiro. Contamos com a presença e parceria Institucional do Prof. Dr. Gustavo Henrique Petean (UFG) e de sua orientanda de Doutorado Sanduíche com a Universidad Nacional de Quilmes Profa. Florência Isola Zorrozua. Calor, nada. Muitos aprendizados com as famílias do Assentamento Curral de Pedras/Paulo Gomes.
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