Quando discutimos sobre ética, muito se fala sobre seu conceito, sua etimologia, suas bases morais, seus códigos de conduta. Mas, na prática, como se configura a ética?
Diferentes grupos e espaços possuem diferentes referenciais éticos. Seja um país, uma empresa ou uma casa, cada contexto é regido por princípios que norteiam o bom funcionamento social. Nesse sentido, podemos citar a ética profissional, ética jornalística, ética na política, etc.
Para os servidores do Estado de Goiás, o Decreto nº 9.423/2019 é o documento que norteia as relações no ambiente de trabalho. Mas ainda que este documento contemple os princípios gerais de ética no trabalho, há, em cada ambiente, regras mais sutis, decorrentes do comportamento tradicional de cada lugar, derivadas de acordos silenciosos, que apesar de não registradas, são tidas como essenciais para o bom convívio.
Quando inseridos em um determinado ambiente, devemos procurar nos ajustar aos padrões de comportamento de cada contexto. Tais ajustes, entretanto, demandam conhecimento das normas éticas que nem sempre são escritas em um manual. Existem padrões éticos que são construídos apenas pelo comportamento tradicional das pessoas em um dado microuniverso.
Por exemplo, o zelo pela correta utilização de recursos materiais, equipamentos e veículos ou manter sigilo sobre dados e informações são comportamentos éticos previstos pelo Art. 5° do Decreto nº 9.423, mas alertar um colega que esqueceu os faróis do carro acesos no estacionamento ou segurar a porta do elevador são atitudes éticas que se baseiam no simples bom senso.
Amiúde, as adequações éticas extrapolam a pura obediência às normas escritas, são frutos de boa vontade e de uma análise subjetiva do comportamento socialmente aceito.
(Daniel Prates|CeCom|UEG)