Como parte do componente curricular da Orientação de Estágio Supervisionado em Língua Inglesa, disciplina obrigatória do 8º período do curso de Letras da UEG, os estudantes da Unidade Universitária de Campos Belos viajaram até a capital federal para conhecerem o Centro Interescolar de Línguas (CIL) de Brasília e o Centro Educacional do Lago (CEL). Ambas as visitas ocorreram no dia 1º de setembro último.
A delegação da UEG pôde dialogar com professoras, supervisores pedagógicos e alunos, que contaram a história de sucesso do CIL na luta pela inclusão ao ensino de idiomas em escolas públicas e de qualidade.
Entre os relatos, representantes da UEG ouviram Jean Robert Souza, um ex-aluno do CIL que pôde aprender inglês e francês e, hoje, vive no Canadá com sua família, e que fez questão de estimular os visitantes a pensarem estruturas dessa natureza. “O projeto de criação de uma escola pública bilíngue é desafiador. Há várias restrições e dificuldades. Mas é gratificante poder democratizar o ensino bilíngue”, enaltece Jean.
Já no CEL, os alunos da UEG conheceram outro projeto de implementação de escola pública de nível médio bilíngue. O coordenador desta unidade pública, Vitor Rios Valdez, explicou os objetivos do centro, lembrando que a maior parte dos alunos reside em áreas periféricas da capital e que o fator principal é democratização do ensino bilíngue, face que nem sempre os pais têm condições de matricular seus filhos em escolas privadas para aprenderam uma língua estrangeira. Vitor ressalta, no entanto, os desafios. “Todos os projetos que visam promover a inclusão e diminuir as desigualdades sociais enfrentam dificuldades e problemas diversos. Mas nosso compromisso é fazer acontecer”, manifesta.
Para Jacimar Cavalcante, professor da UEG e responsável pela organização da viagem de intercâmbio, o objetivo foi cumprido. Em sua opinião, é fundamental que os estudantes conheçam outras experiências de formação em língua estrangeira, especialmente os sistemas públicos desta modalidade.
O docente afirma ainda que outro fato interessante a servir como elemento de motivação dos estudantes de Campos Belos, “é o número expressivo de professores do CIL serem estes, alunos do próprio Centro, e de outros ex-alunos que relataram sua gratidão por terem aprendido línguas estrangeiras e, por consequência disso, terem tido oportunidade de estudar ou trabalhar no exterior”, manifesta o docente.
Com a palavra, as alunas da UEG
Para Cinara Gomes, a viagem em si já representa bastante. Em suas palavras, foi uma “aventura”, um passeio “enriquecedor”.
A estudante da UEG, Unidade de Campos Belos, que se diz emocionada com a experiência, deixa claro que uma das coisas que mais a marcou neste intercâmbio foi descobrir “a vontade de professores em tornar o CEL (Centro de Educacional do Lago) uma escola pública, em tempo integral, o qual forneça um ensino interdisciplinar”, destaca. “É nítido o prazer dos professores ensinando e tornando o ensino de línguas uma realidade para a comunidade com qualidade, inclusão e muito carinho”, completa.
Já Tainara Gonçalves, expressa seu contentamento ao ver a estrutura física e metodológica do CIL. “É nítido o ambiente de acolhimento, com espaços organizados para os alunos e também salas com um número limitado de alunos”, destaca a estudante.
Na opinião de Ingrid Oliveira, a experiência foi inesquecível. “O dia de imersão do qual tivemos a oportunidade de participar tanto no CIL, quanto no CEL, foi muito enriquecedor. Para mim, oriunda de escola pública do interior, ouvir e ver tudo que é feito nesses dois projetos é completamente fora da minha realidade”, manifesta.
A aluna da UEG, mesclando um duplo sentimento, seja com certo pessimismo, ou de otimismo, é perceptível a esperança da estudante com estruturas deste tipo em outros lugares do Brasil. “[O Centro de Línguas é] totalmente estruturado e preparado para formar pessoas. É um sonho quase impossível, mas através dessa visita a gente consegue compreender que quando os governantes desejam é totalmente possível”, crava.
Atualmente o CIL possui 17 unidades espalhadas no DF, que acolhem alunos da rede pública de forma gratuita, oferecendo mais de 10 mil vagas a cada semestre, para cursos de inglês, espanhol, francês, alemão e japonês. E o projeto faz o caminho para avançar e se ampliar cada vez mais.
Da Redação da UEG UnU Campos Belos
Marconi Moura de Lima Burum