O projeto intitulado "Diversidade de Malpighiaceae (Malpighiales) no Cerrado Brasileiro: ensino, pesquisa e extensão" foi contemplado com uma bolsa no edital da Fapeg Nº 06/2020, Seleção de Bolsistas no Âmbito do Programa de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Regional, na Modalidade de Fomento: Bolsas DCR (CNPq) e Auxílio à Pesquisa (Fapeg).
O pesquisador contemplado com a bolsa é o Dr. Rafael Felipe de Almeida, que desenvolverá o pós-doutorado no Herbário José Ângelo Rizzo, do Câmpus Sudoeste da Universidade Estadual de Goiás, com sede em Quirinópolis, sob a supervisão da professora Dra. Isa Lucia de Morais, do Curso de Ciências Biológicas do Câmpus Sudoeste – Sede Quirinópolis, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ambiente e Sociedade (PPGAS), da UEG, Câmpus Sudeste – Sede Morrinhos, e curadora do Herbário José Ângelo Rizzo.
Segundo o pesquisador Dr. Rafael, a Malpighiaceae está representada no Brasil por 45 gêneros e cerca de 590 espécies, com 28 gêneros e 240 espécies ocorrendo no Cerrado. Suas espécies são facilmente reconhecidas em campo a nível familiar, mas dificilmente são identificadas corretamente a nível genérico ou específico devido à complexa morfologia floral. "Nos últimos 40 anos, diversas floras, gêneros e/ou espécies novas, revisões taxonômicas e estudos filogenéticos foram publicados. Contudo, muitos destes trabalhos foram focados na América Central e na floresta Amazônica do planalto das Guianas, não abrangendo a maior parte do sudoeste e leste da floresta Amazônica, Caatinga, Cerrado, floresta Atlântica e Pantanal. Desta forma, a maioria dos nomes aceitos em Malpighiaceae para o Brasil extra-amazônico é de difícil aplicação e necessita urgentemente de novas circunscrições", destaca o pesquisador.
O Dr. Rafael diz que o projeto Flora do Brasil 2020 surgiu para suprir esta lacuna, como uma primeira versão moderna e resumida da flora do Brasil, na qual ele é primeiro autor e foi responsável pela elaboração de dois terços das monografias genéricas de Malpighiaceae do Brasil. Assim, a pesquisa se propõe a utilizar o tratamento sintético de Malpighiaceae da Flora do Brasil 2020 como base para a elaboração de um tratamento taxonômico completo para esta família no Cerrado do Brasil.
O resultado do trabalho será publicado na forma de monografias para os gêneros ocorrentes no país, além da elaboração de um livro didático sobre morfologia e sistemática deste grupo para o Brasil. Além disso, explica a professora Isa, pretende-se elaborar um curso de extensão a distância a ser disponibilizado permanentemente no site da UEG. O Herbário José Ângelo Rizzo será o laboratório que irá subsidiar a pesquisa, que terá duração de três anos. A bolsa destinada ao pesquisador Dr. Rafael será de R$ 4.200,00 por mês e o recurso previsto para a realização da pesquisa é de R$143.796,00.
Para a professora Isa, além de ampliar o conhecimento sobre Malpighiaceae no cerrado goiano e enriquecer o acervo desta espécie no Herbário José Ângelo Rizzo, os benefícios advindos deste projeto aos discentes do Mestrado em Ambiente e Sociedade e dos cursos de graduação com áreas afins à pesquisa seriam relacionados ao estabelecimento de uma nova concentração ou linha de pesquisa focada na taxonomia, sistemática filogenética e evolução de plantas do Cerrado. "Além disso, seriam abertas vagas para alunos especiais de outros programas Stricto Sensu de instituições goianas, como forma de ampliar o conhecimento botânico e as interações entre instituições de ensino superior em Goiás", destaca a Dra. Isa.
(Comunicação Setorial|UEG)