Com o tema "Transpondo desafios na educação e desenvolvimento em tempos de pandemia", o Centro de Ensino e Aprendizagem em Redes (Cear) realizou na tarde desta quarta-feira, 14, uma mesa-redonda dentro da programação do VI Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão da Universidade Estadual de Goiás (Cepe|UEG). Participaram os professores Ulisses Terto, Rose Mary Gonçalves e Alda Maria Teodoro Moreira, com mediação do professor Marajá João Alves de Mendonça Filho e transmissão da UEG TV. Cada professor teve 15 minutos para discorrer sobre o tema.
A professora Rose Mary enfocou a gestão do CEAR. Segundo ela, o tema é pertinente porque é tempo de verbalizar o sentimento de todos nesses tempos de pandemia. Rose Mary explicou que, inicialmente, havia o pensamento que a educação remota seria normal para os alunos do CEAR, pois já trabalha em Educação a Distância (EaD). Mas, ao contrário, houve uma resistência inicial de alunos e professores. A gestão, então, explicou a professora, se viu na incerteza, pois não poderia ter a parte presencial. A utilização das tecnologias acabou por ajudar a não ter atrasos nos cursos. "A pandemia foi uma oportunidade de desenvolver novas competências", salientou. A empatia foi outro aspecto destacado pela professora Rose. "A doença mexeu muito com a cabeça de todos. Foi importante aprender a olhar o outro (alunos, professores, técnicos)", ressaltou.
O aspecto psicológico dos docentes durante a pandemia foi tratado pelo professor Ulisses Terto. O professor explicou que a doença sacudiu o ensino superior e fortaleceu a educação mediada por tecnologias. Isso, na opinião de Ulisses Terto, trouxe grandes sofrimentos psíquicos aos docentes, pois, além das dificuldades que eles já enfrentavam tiveram que aprender a usar a tecnologia para ter acesso aos alunos. E citou certos tipos de medos enfrentados pelos professores, como a "covidopedagofobia", quando são compelidos a fazerem a transição do ensino tradicional para o online; a "tecnofobia", fobia social por falta de domínio da tecnologia; a "isolofobia", medo do isolamento; e a "metateseofobia", medo da mudança.
Na visão do professor, houve uma invasão do ambiente familiar com as aulas remotas. "No aspecto pedagógico, a rápida transição forçou o professor a usar as tecnologias sem conhecimento", destacou. Apesar disso, o professor disse que o ensino online é um caminho sem volta e a pandemia evidencia que há a necessidade de capacitar os professores para usá-la com eficiência.
O crescimento do Cear foi abordado pela professora Alda Teodoro. De acordo com ela, antes da pandemia eram ofertadas 35 disciplinas para 2.500 alunos. A partir de março esse número saltou para 41 disciplinas e 12.500 alunos atendidos. Alda explicou que educação mediada por tecnologia requer aprendizado constante. "A pandemia não deu aviso prévio, contudo os professores que fizeram os cursos enfrentaram com menos trauma", disse. Alda salientou que dos 1.300 professores da UEG 547 passaram pelo processo de capacitação do Cear.
Na sequência, os professores responderam às perguntas de alunos e professores sobre a temática.
(Dirceu Pinheiro|Comunicação Setorial|UEG)