Reitores de diversas universidades afiliadas à Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) participaram na tarde dessa quarta-feira, 26, da primeira reunião administrativa após as eleições da nova diretoria da Associação. O evento foi realizado de forma online via plataforma Google Meet. O reitor interino da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Valter Campos, participou da reunião.
Uma das principais pautas discutidas foi a mobilização para a criação de uma Frente Parlamentar de apoio às instituições de Ensino Superior estaduais e municipais. Neste sentido os reitores discorreram sobre deputados federais de seus próprios estados que poderiam se colocar à disposição para a criação da Frente ou mesmo deputados já ligados à área da Educação e que já encabeçam lutas semelhantes.
"É importante que tenhamos uma Frente Parlamentar que entenda a importância das universidades estaduais e municipais, que entenda a representação que elas têm no ensino superior nacional, sendo responsáveis por quase metade das matrículas do ensino superior público do Brasil", destaca o presidente da Abruem, Rodrigo Zanin. De acordo com ele, é necessário que as universidades tenham essa defesa, sobretudo na hora que se pensa na defesa do Plano Nacional de Educação.
Outra pauta discutida foi a realização do 66º Fórum Nacional de Reitores da Abruem. Após serem analisados todos os riscos e medidas de proteção que deveriam ser tomadas para de se realizar um Fórum presencial neste momento de pandemia, ficou-se decidido que o próximo Fórum da Abruem presencial será realizado apenas em 2021 e que neste ano de 2020, excepcionalmente, ocorrerá uma edição virtual do evento.
Além do Fórum, também ocorrerá um seminário sobre ensino remoto emergencial, voltado aos reitores e ao corpo docente das universidades. O objetivo é a troca de experiências e discussão a respeito das demandas das instituições neste momento de pandemia e de reinvenção dos métodos de ensino-aprendizagem. Para as discussões e definições a respeito do seminário foi criado um grupo de trabalho.
Documento
A última pauta abordada foi a construção de documento/levantamento para a discussão de como estão os financiamentos e políticas estaduais com relação às universidades estaduais e municipais. "As universidades estão tendo muitas dificuldades com as mudanças de lei, com projetos de lei nos Estados que alteram substancialmente os seus orçamentos", ressalta o presidente.
Ele destaca que o levantamento de como está sendo a evolução dos orçamentos das universidades nos últimos anos dará uma maior clareza a respeito da situação a nível nacional. "Todos os Estados já estão fazendo cortes orçamentários, alguns maiores que outros e, provavelmente, essa situação será ainda pior no cenário pós-pandemia", informa.
A partir do levantamento, será construído um documento a ser publicado e difundido de referência a respeito da situação do financiamento das universidades estaduais e municipais. O principal objetivo é mostrar, por meio de dados, aos parlamentares e à sociedade o que tem ocorrido nas universidades.
Neste sentido, diversos reitores explicaram as situações de seus estados. De acordo com o o vice-reitor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Sergio Roberto Nobre, as universidades paulistas têm um modelo diferente de financiamento e que talvez seja importante que se estude a forma como as estaduais paulistas chegaram a essa autonomia financeira. "A autonomia universitária é constitucional. Essa autonomia precisa prevalecer e nem todos os Estados estão atuando de forma a criar essa autonomia", destacou.
Ao final da reunião foi montada uma comissão para construir o documento.
(Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Abruem)