Colocado em prática desde 2016, o projeto Educação Linguística Decolonial, desenvolvido na Unidade Universitária de Itapuranga da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em intercâmbio com os mestrados de Educação, Linguagem e Tecnologia e Língua, Literatura e Interculturalidade, reúne estudantes pesquisadores em encontros quinzenais para debates de textos teóricos e propostas de aplicação da educação decolonial em escolas e universidades. Por conta da pandemia, os encontros agora são online.
Segundo o coordenador do Projeto, professor Hélvio Frank, o objetivo é caracterizar e discutir práticas sociais envolvendo a linguagem em diferentes âmbitos sociais, com vistas a inteligibilizar, refletir e, principalmente, contribuir para a transformação dos significados inerentes à herança colonial ainda vigente nas relações cotidianas. "A colonialidade é uma forma agressiva de investimento sutil de normalização e, por consequência, de opressão a corpos marcados por diferenças relacionadas ao gênero, raça, classe social, as quais geralmente não se encaixam nos padrões historicamente constituídos em sociedade", salienta. Para o professor, o investimento na educação linguística é uma aposta social de reflexão, crítica e ressignificação daquilo que socialmente se mantém posto, inquestionável.
Até o momento, de acordo com o coordenador, o resultado perseguido é a desconstrução paradigmática dos sentidos apurados socialmente em torno da colonialidade. "A ideia é sempre contribuir para a emancipação e autonomia dos envolvidos a estudar o tema e a desafiar, na sua própria prática, a ressignificação de práticas opressoras via linguagem", ressalta.
Hélvio diz que a pretensão maior do projeto é contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária no tocante à valorização das diferenças e da percepção do outro e de sua cultura como valores não mais hierárquicos.
A foto que ilustra esta matéria foi tirada antes da pandemia.
(Dirceu Pinheiro|Comunicação Setorial|UEG)