Marcelo do Nascimento Gomes, CEO da Insichem, startup incubada no Programa de Incubadoras da Universidade Estadual de Goiás (Proin|UEG), abriu a participação da Universidade na Campus Party Digital, na tarde desta sexta-feira, 10. Ele abordou o tema "Aplicação de pesquisa no mercado".
Durante a palestra, Marcelo fez uma analogia entre ciência e empreendedorismo. Segundo ele, as duas áreas estão interconectadas, pois na ciência a pessoa precisa ser necessariamente arrojada, gostar de buscar novas coisas, ter interesse em problemas que serão resolvidos e o empreendedorismo traz a aplicação do que é desenvolvido na ciência para ser útil a alguém. "Não tem como desvencilhar essas duas áreas", salientou.
Ao destacar que qualquer pessoa, dentro de sua área, pode ser um cientista, o CEO disse que, apesar do processo da pesquisa científica ser diferente, isso não quer dizer que os empreendedores não sejam cientistas. "Isso faz com que a gente consiga desenvolver mais produtos, mais serviços de uma forma mais aplicada", explica.
Para demonstrar os processos criativo e de inovação, Marcelo utilizou o exemplo do pão de queijo que teve um inventor da receita e que a publicou em um livro ou patenteou a descoberta. "Dentro do conceito de ciência, essa pessoa seria o cientista", justificou. Esse processo criativo, quando a pessoa imaginou como seria esse pão de queijo, anotou o processo e compartilhou para que outras pessoas reproduzissem a receita está ligado à invenção. De acordo com Marcelo, para que se torne inovação, esse produto necessita ir para o mercado, ter a aceitação do público e ser escalado. "Dentro deste conceito de inovar e inventar, o cientista consegue permear entre esses dois processos. Mas, muitos cientistas ficam apenas na invenção", salientou.
O momento atual, com a pandemia da covid-19, segundo Marcelo, é propício para a ciência nacional inovar. Ele explica que quando se fala de produtos de alta tecnologia ou são de uma ciência fina isso se torna difícil para chegar ao mercado, por isso o investimento da ciência nacional em inovação vai baratear os custos do produto. "O medicamento Remdesivir está sendo testado para a covid-19 no exterior e o valor para o consumidor final será muito alto. Ainda vamos pagar por produtos com custo alto porque não estamos trabalhando a ciência fina. Por isso a ciência nacional deve empreender para ser mais acessível à população", destacou.
(Dirceu Pinheiro|Comunicação Setorial|UEG)