Durante o mês de setembro são celebrados o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21) e o Dia Nacional dos Surdos (26). As datas foram criadas com o objetivo de promover a conscientização sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência na sociedade. Assim, instituiu-se a campanha Setembro Verde, dedicada a dar visibilidade aos esforços de inclusão social.
Segundo a Lei 13.146/2015, a pessoa com deficiência é aquela que tem algum tipo de limitação de longo prazo que pode gerar obstáculos para sua participação social nas mesmas condições que as outras pessoas. Esses obstáculos são derivados de barreiras físicas, sensoriais ou mentais que dificultem a integração dessas pessoas nas atividades cotidianas.
A Universidade Estadual de Goiás, considerando isso e observando sua missão de socializar o conhecimento científico e o saber, busca superar esses obstáculos e promover a inclusão por meio de diversas ações de seus câmpus em várias partes do estado.
Os câmpus de Inhumas, Iporá, Itaberaí, Jaraguá, Luziânia, Pires do Rio, Posse e Sanclerlândia, por exemplo, promovem cursos de extensão em ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para surdos e ouvintes de suas comunidades locais.
Já o Câmpus Quirinópolis, por meio do Curso de Geografia, realiza o projeto de extensão 'Ensino de Libras na Formação de Professores da Educação Básica' em parceria com o Colégio Juscelino Kubitschek, que busca qualificar professores para trabalharem com alunos surdos nas escolas de educação básica.
A aprendizagem da língua de sinais é importante não só para os surdos, mas também para os ouvintes da comunidade em geral, afinal segundo dados de uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2010, a porcentagem de brasileiros que declara ter deficiência auditiva é de 5,1% da população - em números reais isso equivale a quase 10 milhões de pessoas. Ademais, desde 2002, a Língua Brasileira de Sinais é reconhecida como a segunda língua oficial do Brasil, assim como o português.
Outras ações de inclusão promovidas pela UEG
Além dos cursos de extensão em ensino de Libras, várias outras ações de inclusão são promovidas pela Universidade em seus câmpus no interior do Estado.
O Câmpus Quirinópolis também participa, em parceria com o Rotary Clube, do projeto Tampa Mania, que consiste em juntar tampinhas de plástico que são vendidas para uma empresa de reciclagem e o valor obtido é utilizado na compra cadeiras de rodas que são doadas à comunidade, promovendo inclusão e sustentabilidade em uma só ação. (foto à direita)
O Câmpus Formosa, por sua vez, além da realização de cursos de Libras para a comunidade, promove anualmente eventos para a inclusão de pessoas com deficiência, como o Encontro em Comemoração ao Dia do Surdo, que está em sua 8ª edição e conta este ano com a presença da professora Claudia Madoz, que ministra palestra com o tema ‘Surdez: língua e educação'. Já no dia 5 de outubro próximo, o Câmpus Formosa ainda promove a mesa-redonda 'Estratégias práticas para a inclusão social escolar' com a presença de integrantes do grupo Café Inclusão. Mais informações sobre os eventos podem ser conferidas aqui e aqui.
A professora Andrea Lima, coordenadora de atividades complementares e professora de Libras no Câmpus Formosa defende que a integração, o respeito e a acessibilidade são importantes questões de debate, pois a sociedade muitas vezes ignora os direitos das pessoas com deficiência e acaba mantendo-os excluídos e limitados. "A luta pela inclusão visa melhorar a qualidade de vida de todos, pessoas com deficiência ou não", reitera.
Outro projeto de extensão relevante realizado pelo Câmpus Formosa é o Grupo de Aprendizagens Inclusivas (Gaia), que está em sua 5ª edição e promove debates sobre inclusão educacional com a participação de professores da rede municipal, estadual e particulares, bem como de familiares e estudantes de cursos de licenciatura. O projeto é coordenado pela professora Patrícia Monteiro, que atua no curso de Geografia e é especialista em Educação Especial para Escola Inclusiva. (foto à esquerda)
O objetivo central do Gaia é estimular a reflexão critica das práticas inclusivas e vivenciar a realidade dos alunos com necessidades específicas, bem como a possibilidade de elaborar metodologias que promovam o aprender conforme as especificidades de cada estudante além de auxiliar na formação de professores que saibam refletir sobre sua ação em sala de aula e elaborar metodologias pedagógicas que promovam a inclusão dos estudantes com necessidades específicas de aprendizagem.
(Daniel Prates|CeCom|UEG)