Em alguns meses chegaremos a 2020 e o cenário que se vê não é a sociedade futurista na qual a tecnologia sanaria todas as mazelas da humanidade como previam os filmes de ficção científica da década de 70 e 80. A realidade que se apresenta é bem mais complexa que aquela antecipada pelo cinema.
Vivemos um momento de severa crise política e econômica, desigualdades sociais, escassez de recursos, aumento acelerado da população e da competitividade no mercado de trabalho e aprofundamento das interações sociais como resultado do avanço da comunicação e dos transportes. Nesse contexto heterogêneo, a ética é um fator imprescindível para o equilíbrio das relações entre a sociedade, empresas e o poder público.
A ética, que deveria ser uma virtude própria do indivíduo, ganhou novas dimensões e parâmetros. Os diferentes ecossistemas sociais criaram diferentes formas de relação entre as pessoas e cada um desses ambientes tem características intrínsecas que demandam um comportamento específico. A ética então deixou de ser algo guiado apenas pelo intuitivo e passou a carecer de normas e modelos para orientar as relações tanto a nível micro quanto macro.
No ambiente de trabalho, por exemplo, além do comportamento ético geral, que deve idealmente estar presente em quaisquer relações humanas, o indivíduo há de considerar também as especificidades do contexto para que possa se adequar de maneira harmônica ao grupo.
Para isso, é conveniente que a empresa/instituição tenha um código de conduta ética, para orientar o comportamento de seus colaboradores de acordo com as normas e postura da organização. O Governo do Estado de Goiás, ao instituir o Programa de Compliance Público no Poder Executivo, definiu, como um de seus eixos, a estruturação das regras e dos instrumentos referentes aos padrões de ética e de conduta. Para seus servidores, o Decreto Nº 9.423/2019 que instituiu o Código de Ética e de Conduta Profissional é o documento que norteia as relações pessoais no ambiente de trabalho.
No entanto, ser ético, ou não, é uma decisão pessoal e passiva de ônus e bônus. E, independentemente das normas específicas de cada organização, alguns conceitos são amplos e fundamentais para se constituir o comportamento ético. São eles:
(Daniel Prates|CeCom|UEG)