Salvar o Brasil do comunismo, da corrupção, da crise econômica e restituir a ordem social. Apesar de parecerem estranhamente recentes esses são, na verdade, os argumentos amplamente difundidos para justificar, em 1964, o golpe que instaura a ditadura militar no Brasil.
Este período foi caracterizado pela utilização de Atos Institucionais com a função de legitimar as ações militares, além de conferirem a estes poderes extraconstitucionais. Durante seus 21 anos de duração a ditadura militar foi marcada pela violação aos direitos humanos e supressão de direitos constitucionais, através da retirada de direitos políticos, da censura à impressa e da repressão e perseguição aos opositores do regime ditatorial, utilizando-se inclusive de tortura.
A partir do dia 31 de março, data que marca os 55 anos do início deste momento no Brasil, a UEG TV apresenta uma programação especial para discutir os acontecimentos passados e seus reflexos na contemporaneidade.
Será exibida a série "Ditadura: tempos sombrios", produzida em 2018 pela TV Brasil Central e dirigida por Jarleo Barbosa, que é egresso do curso de Cinema e Audiovisul da UEG e dois episódios do programa "UEG entrevista" com professores que pesquisam sobre os reflexos da ditadura militar do Brasil: Marcelo Benfica Marinho e Mariana Capelleti.
Os conteúdos podem ser conferidos no site da UEG TV acessando www.tv.ueg.br ou no Canal da emissora no Youtube.
Série "Ditadura: um passado sombrio"
A série traça, através do relato de militantes, políticos e personalidades goianas, um panorama de como a ditadura militar foi vivenciada em Goiás.
O jornalista, sociólogo, mestre em Direito e Relações Internacionais, Renato Dias é o mediador das entrevistas que terão 07 episódios, com duração de 30 minutos cada e exibição diária.
O diretor da produção, Jarleo Barbosa, destaca que a proposta foi fazer um produto com informações históricas fiéis aos acontecimentos da época.
O grande desafio foi fazer um recorte da ditadura. A Série é bastante cronológica e começa antes de 1964, passa pelo AI5 e termina na reabertura democrática
A cada novo episódio, Renato recebe 03 dos 21 convidados para o projeto. Entre eles, esteve o jornalista e escritor Pinheiro Salles, preso e torturado durante 09 anos em presídios do Rio Grande do Sul e São Paulo.
Outro grande desafio de Jarleo, foi a edição do material bruto, que somou mais de 15 horas de gravação durante 08 dias. “Cortar é manter o essencial, mas sempre tentando dar aos relatos um viés de encadeamento”, completa. A série poderá ser conferida na íntegra no canal da emissora no Youtube.
Clique na imagem abaixo para assistir a chamada para a série.
UEG Entrevista
Marcelo Benfica Marinho é professor do Curso de História da UEG do Câmpus Morrinhos. Ele conta sobre os meios de comunicação alternativa em Goiás no período da ditadura militar e também fala sobre o documentário "Marco: o encontro de uma comunidade com um desaparecido político" que foi produzido de forma colaborativa com professores e estudantes da Escola Marcos Antônio Batista.
Sinopse: Vídeo-escolar curta-metragem, produzido com mídias portáteis no gênero documentário, aborda um período da história brasileira ainda a ser desvelado e acompanha o processo de construção da cidadania e identidade de uma comunidade escolar periférica na cidade de Goiânia. O questionamento sobre a origem do nome da instituição da qual fazem parte se tornou mais instigante com a constatação de que Marcos Antônio Dias Batista, que dá nome à escola, era um líder estudantil, o mais jovem estudante desaparecido durante a luta contra o Regime Militar no Brasil (1964-1984), e que até hoje seu corpo não foi encontrado e não há registro sobre o mesmo.
Assita a entrevista na íntegra e ao filme AQUI.
Mariana Capeletti é fotógrafa, publicitária e professora da PUC Goiás. Ela fala de sua pesquisa sobre a Guerrilha do Araguaia (1970-1974) que ocorreu na divisa entre Goiás (hoje Tocantins) e Pará. Esse trabalho também culminou em um ensaio fotográfico. As fotografias nos levam até os camponeses do Araguaia, que sofreram cruelmente as consequências da guerrilha. Dentre as diversas formas de refletir sobre memórias de sofrimento e lutar pela construção de uma memória que não transforme esse passado em um eufemismo, a fotografia aparece como ferramenta para pensar sobre luto, memória e identidade.
Walter Benjamin diz que é preciso contar a história a partir dos oprimidos e perdedores, e é nesse viés que se pauta projeto Sobre o véu da Guerrilha
Assita a entrevista na íntegra AQUI.
Pollyanna Marques Vaz
Marcelo Costa
Com informações da TV Brasil Central