Os trabalhos para finalização da proposta do processo de redesenho institucional da Universidade Estadual de Goiás (UEG) seguem o cronograma. Ao longo desta terça-feira, 5, o grupo de trabalho instituído para formatar a proposta esteve reunido analisando as indicações e critérios definidos na última quinta-feira, 31, durante a reunião administrativa com a equipe gestora da instituição, reitoria e câmpus.
Um dos pontos principais, e também apontado como dos mais complicado, diz respeito ao redimensionamento da oferta de cursos da instituição. Diferente da informação que tem circulado pelos câmpus, não há definição alguma sobre quantos ou quais cursos entrarão em processo de descontinuidade.
A respeito desses boatos, o reitor Haroldo Reimer insiste que o momento exige calma e reponsabilidade a fim de que se evite desgastes desnecessários na instituição.
“É preciso ficar entendido que esse não é um processo recente, mas um trabalho que já está em desenvolvimento há alguns anos. Essa não é uma decisão arbitrária, mas sim fruto da necessidade de garantir o desenvolvimento responsável da UEG. Tampouco é uma imposição da reitoria, uma vez que o processo conta com a participação de membros da comunidade acadêmica”, afirma.
O reitor garante ainda que qualquer prospecto sobre a questão será submetido à apreciação do Conselho Universitário, respeitando-se as instâncias deliberativas da universidade, além de ser discutido junto ao Governo do Estado.
“Não é o momento para alimentar um clima de pânico entre nossa comunidade acadêmica. E todas as decisões tomadas irão garantir o direito de estudantes, professores e técnicos administrativos da UEG”, diz.
Tão contundente quanto o reitor, o professor Antônio Cruvinel, diretor do câmpus Trindade e integrante do grupo de trabalho, reforça o quão minucioso tem sido o trabalho. “Por entendermos que este é um assunto delicado é que temos sido rigorosos em analisar todos os aspectos que envolvem a questão”, assegura. “Mas não podemos perder de vista que é necessário que seja feito”, continua.
Esse rigor, também observado pelo professor Edson Arantes, diretor do Câmpus Uruaçu, diz respeito a uma série de indicações elencadas que serão observadas durante esse processo. “Distância entre cidades, oferta do mesmo curso na região, observância de sombreamento com outras instituições, esgotamento de demanda, baixa procura e taxa de ocupação, são fatores que estão sendo analisados para que possamos montar a proposta”, exemplifica.
O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, professor Márcio Dourado, explica que já não há mais como adiar o processo, uma vez que se não colocado em prática a UEG corre risco de um colapso institucional. "Será um efeito cascata. Estamos falando sobre orçamento, mas também na manutenção da qualidade de nossas atividades. Todas as atividades. Sejam ensino, pesquisa ou extensão, todas elas estarão comprometidas”, observa.
Para a diretora do câmpus Morrinhos, professora Marcília Romano, o processo não será fácil e sofrerá muitas críticas, entretanto precisa ser enfrentado o mais rápido e com a maior transparência possível. “Não há como menos negá-lo e muito menos a sua urgência, sob pena de levar a instituição ao seu limite. Sabemos que o processo de encerramento de um curso não é uma medida popular, porém é público que alguns cursos já não se sustentam”, pondera a professora. “É um trabalho complexo e exaustivo”, diz.
Mas apesar disso, esse movimento também é visto como inevitável a qualquer universidade. E que inclusive pode diversificar a oferta de cursos.
“Universidades passam por transformações e com a UEG não seria diferente. Isso faz parte da trajetória de consolidação de uma instituição. O que nós estamos tentando fazer é ajustar a oferta com diversidade de cursos regionalmente, porque iremos garantir a oferta de cada graduação em um dos câmpus da região, o que em alguns casos pode gerar a abertura de um curso que ainda não seja ofertado”, afirma o professor Haroldo Reimer.
(Fernando Matos | CeCom|UEG)