As Instituições Públicas de Ensino Superior (Ipes) de Goiás, Universidade Estadual de Goiás (UEG), Instituto Federal Goiano (IFGoiano), Instituto Federal de Goiás (IFG) e Universidade Federal de Goiás (UFG), realizaram nessa quinta-feira, 30, o I Fórum de Permanência e Êxito no Ensino Superior. O evento foi realizado no Câmpus UEG Faculdade do Esporte Eseffego, em Goiânia.
Em pauta, um dos principais desafios colocados para as universidades nacionais: o alto índice de evasão no ensino superior, cujos números, segundo pesquisas, estão na casa dos 60%.
“Essa é uma situação complexa e de múltiplos fatores” analisou o reitor da UEG, professor Haroldo Reimer, para quem esse é um assunto nevrálgico para as universidades. Fatores econômicos, desencanto com o curso, carga horária e trabalho, explicam o panorama, ainda que este não se esgote apenas nessas possibilidades.
Como apontam os professores Vicente Pereira de Almeida, Jerônimo Rodrigues da Silva e Sandramara Matias chaves, reitores e vice-reitora do IFG, IFGoiano e UFG, respectivamente, as realidades próprias de cada instituição também geram particularidades, como logística de deslocamento e esgotamento de cursos em determinadas áreas.
“Quem acompanha sabe da premência que é hoje a discussão sobre a trajetória dos estudantes no ensino superior público do país. Discutir essa questão é importante para entendermos os mecanismos de permanência e êxito desses estudantes”, avalia a professora Sandramara.
O professor Paulo Wolff, reitor da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), e presidente da Câmara de Graduação da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), foi um dos palestrante do evento. Em sua perspectiva, espaços como o Fórum são importantes para troca de experiências, mas fez uma ressalva.
“Por mais que façamos os trabalhos, façamos os estudos e as avaliações, nós precisamos de recursos, para que coloquemos em prática as nossas ações”, aponta.
Início, meio e fim
A professora Roseli Pires, coordenadora de ensino da Pró-reitoria de Ensino da UEG (PrG|UEG), explica que o êxito reside nas condições instaladas nas instituições para que o estudante conclua sua graduação. “Nós temos que nos perguntar: quantas vagas oferecemos? quantos estudantes saem? em qual tempo eles concluem? Entender essas questões é importante, pois elas dizem sobre como o estudante se relaciona com o curso, mas também sobre os mecanismos internos das universidades que possibilitam a esse estudante que ele permaneça”, afirma.
A professora Elenita Conegro Manchope, pró-reitora de Graduação da Unioeste e secretária da Câmara de Graduação da Abruem, foi uma das convidadas do evento. Segundo ela, os estudos realizados no País apontam três formas de evasão: a de curso, ou micro-evação, a mudança de curso; a meso-evação, a mudança de instituição; e a macro-evasão, ou evasão total, quando o estudante sai completamente do sistema de ensino superior. Essa última forma é a mais preocupante.
“Significa que perdemos o estudante. E são diversos os fatores que fazem com que alguém deixe o ensino superior. É difícil mensurar qual o principal fator de evasão. Eles são múltiplos”, afirma.
Papel institucional
Para o pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da UEG (PrE| UEG), professor Marcos Torres, a questão deve ser enfrentada de forma ampla nas instituições. “Esse debate é sobre a própria identidade da instituição. Portanto, o compromisso e envolvimento de toda a universidade é fundamental para que os estudantes exerçam as suas formações com protagonismo, numa lógica de inserção, integração e profissionalização, com um olhar crítico, mas exercido por quem se forma”, atesta.
O protagonismo estudantil também é defendido pela professora Maria Olinda Barreto, pró-reitora de Graduação da UEG. Para ela, o protagonismo se dá na medida em que a universidade se abre para entender seu estudante. “É preciso enxergar o estudante e se repensar. Essa é uma questão complexa, mas que precisa ser enfrentada com toda a lucidez que o tema requer. E é isso que nós temos buscado”, observa.
(Fernando Matos | CeCom|UEG)