O professor Eduardo Vasconcelos, da Universidade Estadual de Goiás (UEG), teve seu livro Πόλεμος στον Κόσμο (A guerra no mundo) publicado, no início de maio, em Atenas, capital da Grécia. O docente do curso de História do Câmpus Quirinópolis é o organizador da obra e também responsável pelos capítulos Guerra no Brasil e A guerra na América Latina.
Já disponível para venda no SITE da editora grega Logxi, o livro foi produzido em parceria com o pesquisador grego Dimitris Michalopoulos, um dos grandes especialistas da temática na Europa. Foi Dimitris quem convidou o professor da UEG para o trabalho, que levou 12 meses par ser concluído. A obra ainda não foi lançada no Brasil, mas, segundo Vasconcelos, negociações com editoras nacionais já estão em andamento.
O conteúdo da publicação inclui parte das pesquisas que o professor desenvolve na UEG, entre elas, 2ª guerra mundial: história e historiografia. De acordo com o autor, sua obra pode ser utilizada como fonte de pesquisa e debate de para professores e estudantes, sobretudo das áreas de História e Ciências Humanas.
Ainda segundo Vasconcelos, o livro é mais uma iniciativa do processo de internacionalização da UEG e também o reconhecimento da comunidade internacional do trabalhado que ele desenvolve na Universidade goiana. “É um estímulo aos demais professores da UEG para que publiquem os seus trabalhos dentro e fora do País, pois o que pesquisamos e produzimos é de alto nível e tem acolhida mundo afora”, aconselha Vasconcelos.
Fragmento de Guerra na América Latina, do livro A guerra no mundo, em português.
A América Latina é uma criação europeia feita no século 19 fruto da disputa entre Inglaterra e França em ampliar a influência política, econômica e cultural ao redor do globo terrestre. Assim, para dificultar a ascensão inglesa nas ex-colônias espanholas e portuguesa, os franceses afirmaram que havia laços culturais entre a França e a América Latina, pois todos compartilhavam uma mesma base linguística, o latim, e desta maneira todos tinham laços culturais sólidos e fortes.
Ao longo da segunda metade do século 19 ganhou, força a ideia de que os Estados Unidos receberiam a denominação de América e as demais partes receberiam a denominação de América Latina. Vale ressaltar que a inserção do Brasil como parte integrante da América Latina só se efetivou no século 20 e ainda hoje causa um certo desconforto às elites do País, que sempre se imaginou único e diferente de todos os outros países das américas.
Seja pela política, pela economia ou pela atribuição do nome, as ex-colônias espanholas e portuguesa, estas foram amplamente influenciadas pelas potências europeias durante o período em que foram colônias ou quando lutaram pela independência, pois, paradoxalmente, desejavam romper com a submissão colonial lançando mão das novas ideias e práticas defendidas pelos francesas e inglesas no início do século 19 como o nacionalismo e o romantismo.
O advento do século 20 consolidou a dependência dos países da América Latina frente aos países de maior dinâmica econômica. Somente em momentos específicos, como no entre guerras, foram intensificadas oportunidades, como fornecedores de suplementos para os países em guerra durante a 1ª Guerra Mundial, quando apenas o Brasil enviou tropas para o conflito, Bolívia, Cuba, Panamá e Uruguai declararam guerra à Alemanha.
De uma forma bem ampla, com a deflagração da 2ª Guerra Mundial os 20 países da América Latina ganharam importância geopolítica, recebendo atenção, apoio e eventualmente ajuda, pois, em uma disputa por espaço e influência internacional entre Aliados e os países do Eixo (Alemanha, Itália Japão), mobilizar o maior número possível de apoiadores era necessário.
Até o mês de dezembro do ano de 1941, todos os países do continente americano (Norte e Sul) estavam fora da Guerra, defendiam a neutralidade diante do conflito. Todavia, com o ataque a base norte-americana de Pearl Harbor, a situação mudou, pois os Estados Unidos decidiram entrar definitivamente na guerra e passaram a estimular e influenciar os países da América Latina a fazer o mesmo. Assim, cada país, à sua maneira, deixou a neutralidade e declarou guerra às forças do Eixo (Alemanha, Itália e Japão).
(José Carlos Araújo | CeCom|UEG)