A Coordenação de Direitos Humanos da Pró-reitoria de Graduação da Universidade Estadual de Goiás (UEG), recebeu nessa segunda-feira, 7, representantes da Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG) e do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), para discutir as ferramentas de acessibilidade dos estudantes no ensino superior.
Segundo o coordenador de Direitos Humanos da UEG, professor Rezende Bruno Avelar, a visita faz parte de uma agenda conjunta das instituições que tem por objetivo acompanhar, discutir e desenvolver as políticas de acessibilidade nestas instituições.
“É um espaço em que as instituições compartilham suas experiências. Essa dinâmica é interessante para que nós tenhamos um panorama geral sobre a acessibilidade no estado. Além disso, ao compartilhar experiências nós temos oportunidade de aprimorar ainda mais as nossas ferramentas”, afirma o coordenador.
Atualmente, a UEG possuí 122 estudantes que se autodeclaram com algum tipo de deficiência, sendo 25 surdos, 30 com deficiência visual, 42 com problemas motores e 25 apresentam questões relativas ao desenvolvimento cognitivo.
“Mas acredito que esse número possa ser maior. Dada a carga de preconceito que pessoas com deficiência enfrentam, é possível que algumas não se sintam confortáveis para se autodeclarar pertencentes a esse grupo”, analisa o professor Rezende.
Acessibilidade na UEG
Ao pensar acessibilidade a UEG se encontra atenta tanto às questões pedagógicas, quanto estruturais, pois é a reunião desses dois aspectos que irá atender com qualidade as especificidades desses estudantes.
Segundo o pró-reitor de Gestão e Finanças, Lacerda Martins, o acompanhamento sobre o assunto é constante. “Sabemos das demandas e estamos trabalhando para que o ambiente acadêmico na UEG seja o mais incluso possível. Algumas questões identificadas têm sido nossas prioridades, como as rampas de acessos e plataformas elevatórias nos câmpus, por exemplo. Essa é uma questão que pretendemos sanar em médio prazo”, explica.
O pró-reitor explica ainda que os projetos de construção e reforma em andamento na UEG obrigatoriamente já preveem as questões de acessibilidade. “Nós estamos antecipando. E esse é o caminho. São banheiros que já são adaptados, rampas de acesso, bebedouros e bancadas com alturas para cadeiras, sinalização e outras pequenas modificações, que trarão mais conforto aos estudantes”, afirma.
Para o professor Rezende, essa visão em relação à acessibilidade é um diferencial. “Nós temos conseguido atender as demandas. Adquirimos equipamentos de ponta, como computadores e lupa. Também investimos em formação continuada para os docentes acompanhantes e buscamos aprimorar nossas práticas pedagógicas. Temos questões a serem superadas, mas já avançamos muito nessa área” enfatiza.
Congresso no segundo semestre
Para debater essas políticas está previsto para outubro a realização de um simpósio sobre acessibilidade no ensino superior, promovido pelas instituições públicas de ensino superior. Segundo o professor, o foco do evento serão as experiências dos estudantes.
“Será um processo de escuta. O que nós pretendemos é dar voz aos estudantes. Para nós [universidades] será um momento de escuta e posterior reflexão sobre o que, de fato, é o cotidiano de quem depende de políticas de acessibilidade”, observa.
(Fernando Matos |CeCom|UEG)