A Pró-reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás (PrE|UEG) realizou nos dias 5 e 6 de novembro, o I Seminário de Avaliação, Curricularização e Creditação da Extensão Universitária, cujo o objetivo foi discutir a curricularização da extensão nos cursos de graduação do país.
O Plano Nacional de Educação (PNE), prevê na meta 12 que até 2024 10% da carga horária dos cursos de graduação das instituições nacionais sejam dedicadas a ações de extensão, algo visto pelos participantes do evento com primordial para o fortalecimento da área.
O pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis, professor Marcos Torres, que no evento estava como reitor em exercício, salientou que o debate sobre o papel da extensão no âmbito acadêmico é fundamental para a definição do perfil da universidade que se almeja. “Cada vez mais eu estou convencido que esta é uma questão central. Há algum tempo, a sociedade tem chamado a universidade para assumir um novo papel, mais aberto e dialógico no processo de desenvolvimento social”, afirmou.
Avaliação
A curricularização da extensão tem sido vista como uma importante ferramenta para o fortalecimento e ampliação da formação acadêmica. Entre os presentes no Seminário, foi consenso que a prática extensionista possibilita aos estudantes novos horizontes de atuação.
“Esse processo vai, de fato, maximizar a atuação do tripé: ensino, pesquisa e extensão. Possibilitando o desenvolvimento de atividades que envolvam esses três eixos. É um ganho para o estudante, para a instituição e para a sociedade”, observa a professora Suelaynne Lima da Paz, coordenadora do evento e Núcleo de Educação Básica da PrE.
Uma das questões apontadas como primordiais para o êxito do processo é o refinamento das ferramentas de avaliação, algo que vem sendo trabalhado nacionalmente nas diversas esferas de discussão nacionais, como no Fórum de Pró-reitores de Extensão das Instituições de Públicas de Educação Superior Brasileiras (Forproex), por exemplo.
O professor Etevaldo Almeida, que foi secretário da Câmara técnica de Extensão da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) e docente na Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, fez a palestra de abertura do seminário e deu um retrospecto da discussão nacional da questão.
“Nós chegamos a outro patamar na discussão sobre o tripé e temos conseguido conquistas importantes para a extensão. Um dos grandes questionamentos é sobre a avaliação das ações de extensão. Para dar respostas adequadas, nós fizemos um trabalho, a nível nacional, que tem como objetivo qualificar as ações de extensão desenvolvidas nas instituições, para que possamos avançar ainda mais”, diz.
A extensão é uma ferramenta estratégica para qualificação do ensino superior”, analisa a professora Regina Henriques, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, responsável pela palestra de encerramento do seminário.
Repensar a Universidade
O processo de curricularização leva, segundo a opinião dos envolvidos com a extensão universitária, as instituições a repensarem a cultura acadêmica e as suas práticas. Como pontuado pelo professor Marcos Torres, o momento é de reforçar o compromisso social das ações de extensão.
“É preciso dizer que a extensão mantém seu compromisso de inclusão e de olhar sensível para uma sociedade mais progressista”, diz.
Essa visão é compartilhada por Etevaldo e Regina. A professora Regina reforça ainda a necessidade das instituições se repensarem. “Precisamos entender, ou buscar enxergar, a educação superior para além do que está posto. A curricularização implica em um processo dialógico interno e de trabalhos conjuntos entre diversos setores das universidades”, explica ela.
Segundo a professora, é urgente perceber as conexões entre os três eixos formadores do tripé do ensino superior e sua indissociabilidade. “É entender que o ensino consubstancia a pesquisa, e que está vai a campo experimentar via ações de extensão”, explica.
Para o professor Etevaldo, refinar os processos de avaliação é importante para que não fiquem dúvidas sobre o papel da extensão nesse processo. “Nós desenvolvemos uma pesquisa em todo o país, a partir da qual chegamos a cinco dimensões e 53 indicadores de avaliação. Agora é a hora de avançar com a participação cada vez maior de outros agentes”, afirma o professor.
Segundo o professor Marcos Torres, o seminário foi o momento inicial dessa discussão na instituição, e também no estado – uma vez que representantes da Unievangélica, do Centro Universitário de Goiatuba (Unicerrado), e da Universidade Federal de Goiás (UFG) estavam presentes no evento. “É um diálogo que será aprofundado para garantir a efetiva implantação da curricularização”, assinala.
Além das palestras, o seminário também teve grupos de discussão, exposição de banners e apresentações culturais de atividades desenvolvidas no centro Cultural UEG e da orquestra de estudantes do Instituto Tecnológico de Goiás Governador Onofre Quinan (Itegogoq).
(Fernando Matos | CeCom|UEG)