Nove entidades representativas de comunidades científicas, tecnológicas e acadêmicas e dos sistemas estaduais de ciência, inovação e ensino superior encaminharam, na última terça-feira (29), uma Carta Aberta ao presidente da República, Michel Temer. O documento, que tem a Abruem como uma das signatárias, é descreve a situação de crise por que passam a CT&I (Ciência, Tecnologia e Inovação) e a Educação Superior no Brasil e pede resoluções urgentes para os problemas listados, como o contigenciamento de recursos para o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC).
O texto afirma ser “muito grave a situação da ciência e tecnologia e das universidades públicas do país” e alerta que as universidades públicas e as pesquisas desenvolvidas pelo setor, “motivo de orgulho para os brasileiros, está ameaçado de extinção”. A carta tem tom de advertência e esta é destinada não apenas ao presidente Temer, mas também as demais autoridades governamentais e a toda a população brasileira.
O documento ressalta, entre outros pontos, que universidades e institutos de pesquisa encontram-se em estado de penúria, com o sucateamento de laboratórios e unidades de pesquisa, com a diminuição e mesmo com a possibilidade de interrupção na concessão de bolsas, a proibição de novos concursos e a ausência de recursos essenciais para a pesquisa científica e tecnológica. “Vivemos o risco de sofrer uma grande diáspora científica, com a evasão de cérebros altamente qualificados, formados com recursos públicos, para países mais avançados que veem na CT&I um instrumento essencial para o desenvolvimento econômico e para o bem-estar social”, advertem as entidades. Além disso, acrescentam, “O investimento em CT&I é essencial para garantir o aumento do PIB em períodos de recessão econômica. Essa tem sido a política de caráter anticíclico adotada por países que se destacam no cenário econômico mundial, como os do G7 — EUA, Alemanha, UK, Japão, França, Itália e Canadá —, dado o retorno alcançado por este investimento sob a forma de desenvolvimento econômico, melhoria da qualidade de vida, liderança global e riqueza para esses países”.
A Carta Aberta é um documento produzido em conjunto e assinado pela Abruem (Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais); SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência); ABC (Academia Brasileira de Ciências; Abipti (Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação); Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior); Confap (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa); Consecti (Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia); Fortec (Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia); e o Fórum Nacional de Secretários Municipais da Área de Ciência e Tecnologia.
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(Marcelo Costa | CeCom| UEG) com informações da Assessoria de Comunicação da Abruem