O pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás (UEG), professor Marcos Torres, concedeu, no dia 20 de novembro, uma entrevista ao Programa Jornal Bandeirantes, da Rádio Bandeirantes 820 AM.
O programa, apresentado por Rosane Kotoski e Adolfo Campos, abordou a importância do Dia Nacional da Consciência Negra, considerando o atual contexto da população negra do Brasil.
Marcos Torres iniciou sua fala afirmando que, primeiramente, o Dia da Consciência Negra é uma data para relembrar que os quilombos representaram a resistência contra a escravidão no Brasil, e que o racismo, decorrente desse sistema de exploração, ainda é muito presente na sociedade brasileira.
Para o professor, a principal razão para se comemorar esse dia é ver a construção real, passo a passo, da própria identidade pelos negros. “Cada vez mais essa população é autora de ações em defesa de seus direitos, ainda que eles sejam pouco reconhecidos na prática social brasileira”, assinalou.
Profunda exclusão
Marcos Torres lembrou que, nitidamente, os indicativos e dados sobre a situação dos negros no Brasil mostram uma profunda exclusão dessa população, que representa mais de 70% da população carcerária brasileira e está fora dos principais espaços de poder da sociedade, sendo submetida, em larga escala, a um processo violento de morte e de pouco acesso à educação superior.
Sobre as políticas públicas que visam atender as demandas das pessoas negras, o pró-reitor disse, na entrevista, que a principal delas é o sistema de cotas, resultado da luta do movimento negro, que tem permitido que essa população acesse novos espaços, como o emprego em órgãos públicos e a educação em nível superior.
“Mas, ainda são políticas insuficientes, considerando, por exemplo, que hoje os negros recebem, em média, apenas metade dos salários dos brancos neste País. E se nós ainda colocarmos as mulheres negras, esses índices diminuem ainda mais”, frisou Marcos Torres.
Perguntado sobre a situação da população negra em Goiás, em termos de violência, salário e acesso à universidade, o professor afirmou que o Estado acompanha o quadro nacional. “Assim como no Brasil, em Goiás, por exemplo, colocamos a população pobre, dominantemente preta, na escola por meio da universalização do ensino fundamental, mas não sabemos ainda o que fazer para garantir uma educação de qualidade".
Confira a íntegra da entrevista no player abaixo:
(Adriana Rodrigues | CeCom|UEG)