A programação do 36º Encontro Nacional do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Instituições Públicas de Ensino Superior Brasileiras (ForProex) se estende até o fim da tarde desta quarta-feira, 19 de novembro, com discussões pautadas pelos caminhos a serem tomados pelas ações extensionistas. Na tarde da última terça-feira, 18, representantes de Instituições Públicas de Ensino Superior (Ipes) do Estado e do Ministério da Cultura realizaram mesa-redonda sobre as articulações e estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE) para a extensão universitária. O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), professor Haroldo Reimer, representou a Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem) no debate que ocorreu no Centro Cultural da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia.
A mesa-redonda foi conduzida, também, pelo reitor da UFG, professor Orlando Afonso Valle do Amaral, representando a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), e pela representante da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (SESu|MEC), Fabiana Costa.
Estratégia para a extensão
Orlando Amaral apresentou as principais metas do PNE, que prevê crescimentos nos números da educação brasileira de 2014 a 2024. O reitor da UFG levou à plateia, composta por representantes das pró-reitorias de extensão de universidades de todo o Brasil, as conquistas propostas pelo PNE voltadas para educação superior. Ele destacou a Meta 12, que indica a elevação da taxa bruta de matrículas no ensino superior em 50% (sendo a taxa bruta composta pelas matrículas efetuadas por cidadãos de todas as idades) e o aumento da taxa líquida de matrícula em 33% (a taxa líquida se refere às matrículas realizadas pela população de faixa etária de 18 a 24 anos).
Na Meta 12 do PNE estão elencadas estratégias que conduzirão as universidades a tal aumento no número de matrículas. A estratégia 12.7, por sua vez, trata especificamente da extensão universitária. Segundo a apresentação de Orlando Amaral, tal estratégia prevê assegurar, no mínimo, 10% dos créditos curriculares da graduação para programas e projetos de extensão. “Esses esforços só serão atingidos se nos mobilizarmos, como entidades com diferentes níveis de articulação, para acompanhar de perto o cumprimento dessas metas”, comentou.
Reconfiguração da postura interna
Fabiana Costa complementou a fala de Orlando Amaral com um resgate das conquistas das universidades públicas, principalmente no que tange às ações afirmativas. “As populações com histórico de marginalização pelo ensino já representam um número expressivo em nossas universidades. Mas garantir o acesso sem garantir permanência não faz sentido algum. Esse é um dos nossos desafios. Deve existir muito mais do que um pacto de envolvimento nas políticas públicas de inclusão, deve haver uma mudança interna para que negros, homossexuais, quilombolas e população indígena se sinta parte fundamental do ambiente acadêmico”, refletiu Fabiana.
Para a representante do SESu|MEC, outro ponto essencial para as discussões do Encontro é ressaltar a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. “Pensar a extensão de forma isolada não é o caminho. É preciso dar igual importância ao tripé acadêmico. Só assim conseguiremos que as ferramentas da extensão, que são a inclusão e o diálogo sociais, sejam, de fato, efetivas nas nossas instituições”, ponderou.
Extensão e suas realidades
Haroldo Reimer, reitor da UEG, concluiu a exposição da mesa retratando a necessidade de se repensar a estrutura curricular para que a estratégia dos 10% dos créditos da integralização, no ensino superior, sejam, de fato, direcionados às atividades extensionistas. “A extensão é um dos caminhos da formação e é extremamente necessária à função social de uma universidade. Na UEG, estamos caminhando para reestruturação das matrizes curriculares de nossos cursos. Essas novas diretrizes colocam o estudante como sujeito de sua trajetória acadêmica”, comentou. Conheça aqui os últimos desdobramentos das atividades do Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Curricular da UEG.
Em sua fala, Reimer citou a importância de solidificar as interfaces entre ensino, pesquisa e extensão e argumentou a necessidade de se olhar para as universidades estaduais e municipais com o mesmo cuidado que o Sistema Nacional olha para as federais. “O Mais Cultura nas Universidades, programa com editais lançados pelo Governo Federal, não contempla as universidades estaduais e municipais. É preciso que haja um esforço conjunto para que o sistema privado e o público, com suas subdivisões, estejam equiparados em termos de incentivos para que as metas do PNE sejam alcançadas”, comentou.
Ao fim da exposição da mesa, a professora Regina Henriques, representante da Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente do ForProex, agradeceu aos representantes das Ipes do Estado de Goiás pelas contribuições e ressaltou o objetivo do Encontro como espaço de articulação, a nível nacional, para que os assuntos urgentes do Ensino Superior e das ações extensionistas sejam debatidos por aqueles que vivem as realidades específicas de cada instituição.
(CGCom|UEG)