Aliada ao Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe), a VI Semana Integrada de Gastronomia e Turismo, que ocorreu na UEG câmpus Pirenópolis, trouxe a público pesquisas e discussões sobre os polos turístico e gastronômico na cidade e no Estado de Goiás. Também ocorreram debates atrelados ao tema da sustentabilidade, que deve ser atributo indispensável às explorações dos potenciais turísticos e gastronômicos em terra goiana.
A semana ocorreu entre os dias 16 e 18 de outubro. Neste período, houve a apresentação de maquetes, produzidas por estudantes do primeiro ano do curso superior de Tecnologia em Gastronomia, e de painéis, que expuseram os projetos de conclusão de curso tanto de alunos da gastronomia quanto daqueles concluintes do curso superior de Tecnologia em Turismo. Representantes de pousadas e de fazendas de ecoturismo locais também estiveram no câmpus para discussões, nas quais abordaram o perfil turístico da região.
Na VI Semana, os projetos de conclusão de curso, apresentados em painéis, compuseram a Mostra Interna de Projetos (MIP). Na edição da MIP deste ano, 35 banners foram apresentados pelos concluintes das duas graduações. Na área de gastronomia, por exemplo, houve pesquisas nas áreas de sustentabilidade e meio ambiente; inclusão social; empreendedorismo e perfis da clientela, com seus gostos e preferências; além de abordagens sobre a inclusão dos cursos de Gastronomia e Turismo para atender à necessidades de Pirenópolis.
A professora Nadja Naira, diretora do câmpus, fez um resumo sobre o perfilamento das pesquisas da UEG em Pirenópolis. “Há pesquisas, por exemplo, sobre cardápios sem lactose, procedimentos para montagem de restaurantes, design, estética e cores na gastronomia. Perguntamos: Quem são os consumidores dentro dos restaurantes? O que eles gostam? Fazemos uma análise sensorial: o cliente procura beleza ou paladar? Qual é o perfil de nosso turista? O que ele procura na gastronomia? A cidade se desenvolveu, ou não, com o festival gastronômico, que já está em sua 12ª edição?”, elenca a diretora.
Estudantes no mercado
A diretora da UEG câmpus Pirenópolis explica que “inclusão social” e “pertencimento ao mercado de trabalho” estão articulados na atuação dos estudantes. Grande parte deles já estão inseridos na realidade produtiva das áreas, como a aluna Jaisa Bragança.
Ela estuda o último ano do curso de Tecnologia em Gastronomia e pensou, a partir de sua empresa no ramo alimentício, em uma horta para produção de alimentos orgânicos. A produção de hortaliças ocorre em uma casa de recuperação de dependentes químicos. Os dependentes trabalham na horta, sendo que os alimentos orgânicos ali produzidos são repassados à rede de restaurantes cidadãos na cidade de Anápolis. “Este trabalho contribui com a estudante no mercado de trabalho e, além do mais, colabora com a inclusão social”, diz a professora Nadja.
Já a estudante Isabel Brazuna teve seu contato com as normas do mercado de trabalho ainda no primeiro ano do curso de gastronomia. Na disciplina “Ética e Legislação”, os alunos veem quais as necessidades burocráticas para se abrir um comércio no ramo alimentício. Para se capacitarem no intento de abrir o negócio, eles estudam legislação, contabilidade, o plano diretor da cidade, as normas sanitárias, as sinalizações corretas do ambiente e a acessibilidade às pessoas com deficiência.
Isabel apresentou uma das maquetes expostas na VI Semana Integrada de Gastronomia e Turismo. Ao todo, foram 10 trabalhos apresentados pelos alunos e pelas alunas do primeiro ano do curso de gastronomia. As maquetes reproduziam lanchonetes, restaurantes e bares do centro histórico de Pirenópolis, readaptando-os às normas necessárias ao correto funcionamento dos ambientes, de acordo com as aprendizagens na disciplina “Ética e Legislação”.
Além do zelo pelos critérios da vigilância sanitária, a criatividade veio à tona em cada trabalho. Isabel, por exemplo, readapta a tradicional “pipoca no cinema” à cultura regional. Ela elaborou, em maquete, o “Café e Cultura” no Cine Pirineus da cidade, com a proposta de servir minipaẽs de queijo aos cinéfilos e apreciadores de uma boa prosa antes das sessões. “O cinema atrai cultura. O café favorece o encontro. Os pães de queijo substituem a pipoca, por que não?”, comenta.
(CGCom|UEG)