Bolsistas de diversas áreas se articulam em Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão
A cidade de Pirenópolis, localizada a 128 quilômetros da capital goiana, é sede do I Congresso de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Universidade Estadual de Goiás (UEG). O evento vem ocorrendo desde a última terça-feira, 14 de outubro, e foi encerrado no início da tarde de hoje, 16.
Compondo a XI Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, o Cepe trouxe aos salões da Pousada dos Pirineus, em seus três dias de duração, cerca de 1500 pessoas, que se distribuíram nas esferas do ensino, da pesquisa e da extensão, apresentando trabalhos nas três grandes áreas do conhecimento: ciências exatas, ciências biológicas e ciências humanas. Apresentaram trabalhos estudantes contemplados pelo Programa Próprio de Bolsas da UEG, nas modalidades de ações extensionistas; iniciação científica e tecnológica ou pós-graduação stricto sensu. Além desses, alunos da UEG que recebem recursos oriundos de agências de fomento como a Capes, o CNPq e a Fapeg também estiveram presentes e mostraram suas pesquisas.
Os trabalhos desenvolvidos pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) também foram foco de atividades e de discussões. No segundo dia do evento, 15 de outubro, os estudantes das licenciaturas da Universidade lotavam a área externa da Pousada dos Pirineus.
Apenas oriundos do Pibid, foram 89 apresentações orais e 81 pôsteres de apresentação de estudantes, perfazendo um total de 700 envolvidos com os projetos, entre docentes coordenadores de área, professores supervisores das atividades nas escolas das redes municipais e estadual, além de estudantes bolsistas. Eles apresentavam pôsteres sobre as vicências e os trabalhos desenvolvidos em sala de aula, pois o Pibid tem o intuito de oferecer bolsas aos licenciandos da UEG. O intuito é que eles exerçam atividades pedagógicas no ensino básico das escolas públicas.
Pesquisa na infância
Seis alunas da UEG câmpus Itaberaí, por exemplo, mostravam um subprojeto do Pibid intitulado "A importância da pesquisa na formação do aluno no ensino fundamental", realizado sob a coordenação do professor Sebastião Alonso Júnior. As licenciandas, ao chegarem aos bancos universitários, puderam perceber a dificuldade do alunado, quando no Ensino Superior, de se dedicar a uma pesquisa autônoma e aprofundada.
Diante deste contexto, e a partir de estudos teóricos, as alunas viram que uma organização sistêmica da pesquisa deve conectá-la a todas as esferas do ensino: desde crianças, os alunos devem ser estimulados no sentido de buscar respostas. Assim, é a partir da curiosidade intrínseca a eles que as ferramentas de busca e de pesquisa devem ser reforçadas. Dessa maneira o ato de "pesquisar" será atributo e técnica corriqueira, constituindo-se ferramenta transformadora das realidades sociais.
"Quando chegamos na sala de aula, ficamos ansiosas, empolgadas, animadas. A vontade é de que eles aprendam tudo e perguntem por tudo", diz a estudante Sayonara L. A. dos Santos, uma das seis orientandas do projeto em Itaberaí, graduanda em Pedagogia no câmpus.
Coordenadas pelo professor Sebastião, elas atuam com estudantes do quinto ano da Escola Municipal Padre Elígio Silvestre, estimulando, neles, a vontade de pesquisa. "Após estudos de autores como Ilma Veiga, Marcos Bagno e Pedro Demo, chegamos à sala de aula. Chegamos muito animados. Mas, muitas vezes, a professora nos olha cansada. E nós dizemos a ela: olha, nós vamos fazer, vamos continuar", diz Isamara Gonçalves Oliveira, licencianda em Pedagogia em Itaberaí que também atua no projeto.
De acordo com o professor Sebastião Alonso Júnior, coordenador do subprojeto na Escola Municipal Padre Elígio Silvestre, a ideia é executar, na sala de aula, um levantamento de dados, a partir da observação do comportamento dos alunos de ensino fundamental. Todavia, além disso, o intento primordial é a participação ativa das licenciandas na prática pedagógica e nas atividades de pesquisa das crianças.
Estima-se aproximar as graduandas de um universo por vezes não ideal, por vezes repleto de profissionais cansados e desestimulados. Entretanto, a ideia é reoxigenar esse espaço a partir de sua articulação com o ensino superior e com a pesquisa advinda dele. "Queremos promover a aproximação das estudantes a esse ambiente escolar onde elas vão, futuramente, atuar. Daí a importância do Pibid", pondera Sebastião.
(CGCom|UEG)