A nova estrutura curricular dos cursos de graduação da Universidade Estadual de Goiás (UEG), debatida em Simpósios e Encontros Regionais realizados pelo Grupo de Trabalho (GT) de Desenvolvimento Curricular, será composta por quatro núcleos de disciplinas: o Núcleo Comum (com as matérias que serão ofertadas a todos os cursos da Universidade); o Núcleo de Modalidade (com as disciplinas que cabem a cada modalidade); o Núcleo Específico (que atende às características de cada curso); e o Núcleo Livre (com opções diversificadas para os estudantes terem acesso a disciplinas de outros cursos e outros câmpus).
Para estabelecer as disciplinas que irão compor o currículo dos cursos das diferentes modalidades de graduações da UEG (Tecnologia, Licenciatura e Bacharelado), o GT realizou fóruns específicos ao longo do mês de setembro. Nos dias 18 e 19, o câmpus Henrique Santillo, em Anápolis, recebeu o Fórum dos Cursos Superiores de Tecnologia. Em 25 e 26 de setembro, os cursos de Bacharelado foram debatidos no câmpus Laranjeiras, em Goiânia. Os cursos de Licenciatura foram contemplados no último Fórum, realizado no câmpus Pirenópolis nos dias 29 e 30 de setembro.
Diálogos de construção
A metodologia criada pelo Grupo de Trabalho buscou a colaboração e participação dos docentes por meio de encontros e discussões. Ainda nos Encontros Regionais, o GT apresentou uma proposta com sugestões de disciplinas para o Núcleo de Modalidade. A lista foi debatida e alterada conforme as demandas específicas apresentadas pelos docentes. O resultado desses encontros foi uma nova proposta que agregava as sugestões do GT e as dos professores. Em seguida, tiveram início os Fóruns de Modalidade, que elegeram, a partir dessas propostas, as matérias que irão figurar na matriz dos cursos – além de suas ementas e bibliografias básicas.
Participaram dos fóruns os professores representantes dos Núcleos Docentes Estruturantes de cada curso. Cada um levou à plenária o que foi debatido no colegiado de seu curso de origem. “Como estamos fazendo todo o processo de forma democrática e representativa, o GT optou por deixar que as pessoas que representam os cursos de cada modalidade se reunissem para discutir quais disciplinas deveriam compor esse grupo”, explica o professor Walter Gomes, membro do GT. Após as votações que definiram as matrizes que serão apresentadas ao Conselho Acadêmico para a deliberação, os representantes eram divididos em grupos, para, juntos, elaborarem a ementa e a bibliografia de cada disciplina.
O processo de construção, em diálogo com os câmpus e docentes, chamou a atenção dos participantes. Osvaldo José Sobral, representante do curso de Pedagogia da UEG câmpus Inhumas, elogiou a metodologia dos encontros e fóruns. “Eu tenho acompanhado o processo desde o Simpósio. Participei dos encontros regionais e agora estou aqui no Fórum de Modalidade. Tenho achado o desenvolvimento curricular bastante democrático. Todo o processo foi realizado com muita clareza, com a participação de todos e com o suporte do GT”, pontua. A professora Luciana Mendonça, coordenadora curso de Matemática do câmpus Porangatu, também apontou aspectos positivos. “O desenvolvimento curricular é uma forma importante de discutir algumas disciplinas dos cursos e de avaliar algumas ementas. Acredito que esse encontro seja produtivo porque nós, professores, pensamos de modos diferentes e a UEG precisa ser unificada. Nós precisamos falar a mesma língua”, comenta.
Segundo o professor Walter, o objetivo desses fóruns foi desenvolver um trabalho continuado, que acompanhe a execução do projeto. “É um processo democrático e contínuo. Daqui a algum tempo, vamos nos sentar para avaliar, fazer ajustes e reformulações”.
Comunidades e especificidades
Com o último Fórum, o GT encerrou o primeiro ciclo e agora já possui todo o embasamento para elaborar a proposta de matriz curricular que será apresentada às instâncias deliberativas da UEG. Se a proposta for aprovada, a partir do próximo ano letivo os cursos terão em suas matrizes as disciplinas escolhidas pelos professores. Além do Núcleo de Modalidade, em setembro também foram debatidas as matérias do Núcleo Comum, seguindo um processo semelhante.
O Núcleo Comum também foi discutido nos Encontros Regionais e, a partir dessa discussão, uma proposta foi elaborada pelo Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Curricular e enviada aos colegiados dos cursos. Os colegiados tiveram até o dia 30 do último mês para darem retorno, com observações e contribuições. Agora, o GT irá reunir e sistematizar as respostas dos cursos, chegando ao que será o Núcleo Comum.
O próximo passo é a elaboração do Núcleo Específico. Nesse grupo estarão as matérias que contemplam as características de cada graduação. “É o colegiado [de cada curso] que vai discutir quais disciplinas eles querem que estejam lá”, conta o professor Walter. No entanto, o Grupo de Trabalho sugere o diálogo entre os câmpus que oferecem um mesmo curso. “Estamos propondo que eles se reúnam no que a gente chama de Fórum de Cursos”, conta o professor. Nessas reuniões serão discutidas as matérias essenciais a cada graduação.
Walter Gomes afirma que o objetivo é facilitar o trânsito dos estudantes. “A ideia é que a gente tenha mobilidade de curso para curso, de câmpus para câmpus e entre as Instituições de Ensino Superior Públicas”. Além de estabelecer matérias comuns aos cursos, o Núcleo Específico abre espaço para a diversificação, abarcando o que o colegiado considerar necessário para fortalecer as graduações da Universidade. “O restante das matrizes é a parte diversificada que o próprio curso tem por causa da sua vocação, seja pela região onde é oferecido ou pelos professores que lá atuam”, complementa Walter. Para o Núcleo Livre, o GT irá disponibilizar apenas a orientação de quantos créditos poderão o compor.
Conheça as disciplinas escolhidas
(CGCom|UEG)