Destacar o papel das universidades como matrizes de atividades que fomentam a cultura, principalmente no âmbito da extensão, também é uma das propostas do Festival Internacional de Folclore e Artes Tradicionais (Fifat). Compondo a programação desta terça-feira, 26 de agosto, a Pousada dos Pirineus, em Pirenópolis, sediou a reunião ampliada da Câmara de Extensão da Associação Brasileira dos Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem). O reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG) e também presidente da Câmara, professor Haroldo Reimer, recebeu pró-reitores de extensão e representantes das universidades que compõem a Associação para abrir diálogo junto à Secretaria de Cidadania e Diversidade do Ministério da Cultura (MinC).
A mesa diretiva da Reunião foi composta pelo professor Haroldo Reimer, pelo pró-reitor de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da UEG, Marcos Torres, pela presidenta da Abruem e reitora da Universidade Estadual de Santa Cruz, na Bahia, professora Adélia Pinheiro, e pela secretária de Cidadania e Diversidade do MinC, Márcia Rollemberg. Na pauta da manhã estavam as políticas de cidadania e diversidade cultural.
Márcia apresentou o histórico do Plano Nacional de Cultura e as características de iniciativas como a do Programa Cultura Viva, cuja prioridade é regulamentar e simplificar a instalação de pontos de cultura. “O ponto de cultura é a sociedade civil. A universidade, agregando as dimensões do ensino, da pesquisa e da extensão, é uma parceira ativa no campo da dinâmica cultural na estruturação desse Programa”, comentou a secretária.
A coordenadora geral de Cultura e Comunicação da Secretaria de Políticas Culturais do MinC, Karina Gama, apresentou, no período da tarde, o Programa + Cultura nas Universidades. A iniciativa é uma parceria entre o MinC e o Ministério da Educação (MEC), cujo objetivo é promover o desenvolvimento da cultura envolvendo as universidades em atividades artísticas de extensão. O programa prevê incentivos de infraestrutura, equipando espaços voltados para atividades culturais, e até mesmo na organização de eventos com programações artísticas que dialoguem comunidade e universidade.
O primeiro edital contempla apenas as instituições de ensino superior federais. Para receber os incentivos previstos no Programa, as universidades devem apresentar um plano de cultura que será analisado pela comissão técnica do Programa. “Esse plano precisa ser estruturado em parceria com outras instituições ou agentes, sejam eles públicos ou privados. É aí que entram as universidades estaduais, que devem buscar essas parcerias”, explicou Karina, acrescentando que os próximos editais já poderão contemplar diretamente as universidades ali representadas pelos membros da Abruem.
Horizontes
O debate promovido pelos interlocutores da coordenadora de Cultura e Comunicação do MinC foi em tom de inquietação. Os representantes das universidades estaduais e municipais colocaram em pauta o protagonismo que as instituições federais recebem quando se pensa qualquer tipo de incentivo. Marcos Torres tomou a palavra para pontuar as ações que podem reverter esse cenário, sugerindo que os membros da Abruem se mobilizem para a elaboração de uma carta com os parâmetros necessários para criar uma Rede de Universidades Estaduais, articulada e forte, capaz de colocar os anseios das instituições estaduais na elaboração de políticas públicas que valorizem as culturas tradicionais.
Professor Haroldo Reimer agradeceu a todos que se propuseram a aproveitar o espaço no qual uma representante do MinC pudesse ouvir as inquietações das universidades que se veem desprivilegiadas pelo vício histórico de se colocar as necessidades das federais em primeiro lugar. “Podemos pensar, inclusive, na estruturação de um novo nicho para a atuação institucional. Talvez uma parceria direta MinC/Abruem”, finalizou.
(CGcom|UEG)