A Universidade Estadual de Goiás (UEG) manteve o mesmo conceito de 2012 na avaliação do Ministério da Educação (MEC), divulgada na semana passada pelo ministro da pasta, Aloizio Mercadante. O Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição (IGC) da UEG foi de 3, o mesmo do ano passado.
Apesar da manutenção do conceito, a universidade aumentou, nessa faixa, o seu IGC contínuo. O acréscimo foi de um ponto decimal, o que indica melhorias em relação ao ano anterior.
O IGC avaliado pelo MEC varia, em valores contínuos, de 0 a 500 e, em faixas, de 1 a 5. Esses números correspondem à média ponderada dos Conceitos Preliminares de Curso (CPC) dos três últimos anos – de 2010, 2011 e 2012 – e aos conceitos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), responsável por avaliar os programas de pós-graduação das instituições.
Levam-se em conta o rendimento dos estudantes, a infraestrutura da instituição, a organização didático-pedagógica e o corpo docente. De acordo com esta última avaliação do MEC, 58,3% dos cursos da UEG apresentaram desempenho satisfatório, ou seja, com conceitos 3 e 4.
Atividades para a melhoria
Na UEG, foram avaliados 18 cursos, desenvolvidos em 15 Unidades Universitárias, sendo oito de administração, cinco de ciências contábeis, três de ciências econômicas e outros dois cursos superiores de tecnologia em logística.
Nesse ano, as áreas avaliadas foram ciências sociais aplicadas, humanidades e algumas áreas tecnológicas. Do total de cursos da UEG, seis cursos ficaram sem conceitos.
Isso porque, para compor os números dos conceitos preliminares dos cursos (CPC) , o desempenho dos estudantes deve ser considerado, representando 55% do total do CPC. Entretanto, seis cursos da UEG não obtiveram os conceitos do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), porque menos de dez alunos compareceram às provas.
Nesse caso, a universidade vem implementando medidas para fortalecer a participação estudantil. A gerente de Graduação, professora Brandina Fátima Mendonça de Castro Andrade, esclareceu que uma força-tarefa tem sido montada na UEG para chamar os discentes ao Enade. "Realizamos palestras e oferecemos orientações aos alunos para incentivar a adesão ao exame, e também instruímos os estudantes acerca da realização da prova", disse.
A gerente de avaliação institucional da UEG, Jandernaide Resende Lemos, reitera: “a não participação no Enade pesa, de certa forma, no resultado, pois esses seis cursos vão ficar, obviamente, sem CPC. Mas já contamos com a atenção de todos os envolvidos no processo, gestores e coordenadores, para melhorar nossos índices de participação na prova” .
Concursos públicos
O quadro docente é responsável por 30% do total do CPC, sendo que a quantidade de mestres pesa 15%; a dedicação integral, 7,5%; e o número de doutores pesa, também, 7,5%. De acordo com a gerente de avaliação institucional, a universidade vem apresentando melhorias significativas quanto a essa questão.
No ano de 2010, foi realizado concurso público para 96 doutores, 191 mestres e 188 especialistas, em um total de 475 vagas oferecidas. Dessas, foram preenchidas 377 vagas, sendo 45 os doutores aprovados, 165 mestres e 127 especialistas.
Além dessas nomeações, candidatos do cadastro reserva deste concurso foram chamados, em 2011 e 2012, para integrarem o corpo docente. Em 2011, foram três doutores nomeados pela reserva técnica, 26 mestres e 9 especialistas. Em 2012, foram mais duas chamadas para nomeações. Ao final deste processo, no total, a UEG convocou 534 pessoas: 54 doutores, 279 mestres e 201 especialistas.
De acordo com informações da Coordenação de Avaliação e Gestão de Pessoas da UEG , tais certames fizeram com que o quadro docente, em regime de dedicação exclusiva, aumentasse de 66 professores para 274 em apenas três anos (de 2010 à atualidade). Isso perfaz um acréscimo de 415%. Desde 2010, houve o incremento de 9% de mestres e 50% do número de doutores.
Entretanto, mesmo com tais evoluções, o IGC da universidade se manteve em 3 porque, conforme explica a gerente de avaliação institucional Jandernaide Lemos, nas áreas avaliadas neste ano – ciências sociais aplicadas e tecnológicas –, há ainda muitos profissionais que não têm a UEG como foco principal de atuação profissional. “Enfrentamos a alta rotatividade de professores, sobretudo nos cursos de administração, ciências contábeis e ciências econômicas”, diz a gerente.
Ela explica ainda que o resultado do IGC – a manutenção da faixa e o avanço no IGC contínuo – conduz a tomadas de decisões mais rigorosas. “Vamos trabalhar mais para ter a qualidade desejada”, reitera. A meta na UEG, de acordo com o Reitor Haroldo Reimer, é chegar, até 2016, ao índice 4 na avaliações feitas pelo Ministério da Educação.
(Luana Borges, com colaboração de Mário Braz)